Comemorar 30 anos de carreira já é um grande feito, no rock então deve ser comemorado em dobro, e quando se trata de uma banda de heavy metal que rompeu barreiras, que a cada trabalho surpreende e que conseguiu dar um incrível salto entrando não só hall de grandes nomes do metal, como também no panteão dos monstros sagrados do rock n’ roll e da música universal, é pra ter comemoração sem fim.
E em 2011 o Metallica conseguiu tal feito, que foram celebrados de forma digna e de acordo com a altura da banda: shows com participações de Ozzy Osbourne, Glenn Danzing do Misfits e do Mercyful Fate, dos ex-integrantes Dave Mustaine e Jason Newsted, com um set list revisitando todos os seus clássicos mais os lados B, somado a shows em que tocaram na integra o lendário Black Album, e a criação de seu próprio festival no ano seguinte, o Orion Music + More.
Mas, ainda faltava um presente para os fãs e a banda para coroar a festa: um filme! E depois de tanta espera, finalmente debutou nas telonas aquele que veio para ser o The Song Remains The Same (clássico filme show do Led Zeppelin) do grupo: Metallica- Through The Never.
Na história, o jovem ator Dane DeHaan é o roadie Trip, que durante um show do Metallica em Vancouver, tem seu momento de curtição em Creeping Death interrompido por um serviço de última hora: terá de atravessar a cidade para pegar uma encomenda da banda, afinal de contas, roadies são pagos pra isso! Porém, no meio do caminho, estranhos acontecimentos ocorrem, num clima de apocalipse a la Mad Max, fazendo a simples tarefa se tornar uma verdadeira epopeia.
E é ai que o filme peca, justamente pelo fato de possuir uma história sendo costurada entre as canções do show, cuja ideia até que é boa e interessante, porém foi mal desenvolvida, saindo do nada indo para o lugar nenhum, e que em raros momentos combina com o ritmo e temática das músicas; olhando por essa óptica seria uma verdadeira bomba!
Seria, mas não é, graças a força, talento, vitalidade, magia e energia descomunal emanada pela banda no mega espetáculo da World Magnetic Tour em Vancouver, que proporcionou momentos a este blogueiro e aos demais presentes na sala escura do cinema, de air drums e guitars!
O palco mutante, que segundo o baterista Lars Ulrich em declarações recentes poderá ser usado em futuros show da turnê, é de uma magnitude e surpresa tão grande, que são incontáveis os momentos que o queixo vai lá no chão, com as transformações dele de acordo com as músicas tocadas, remetendo o conceito dela e de seu respectivo disco, e que lembra bem algumas turnês clássicas dos anos 80 e 90.
Para os fãs só digo uma coisa: vá, ou faça o possível, para ver esse registro histórico no cinema! Não pelos efeitos especiais 3D em si, que não são tão bem explorados e impressionantes como em U23D, mas pelo fato de esta ser uma das coisas que mais se aproxima da realidade de ver um show da banda ao vivo, e como testemunha do histórico feito no Rock In Rio em 2011, posso garantir tal efeito!
E para aqueles que ainda têm dúvida de se deve ver ou não ao filme, como um casal que estava na fila que peguei para comprar o ingresso, enquanto vocês ficam ai divagando, o tempo passa e a chance de perder esta preciosidade só aumentando!
Portanto, corram e let’s rock!
FICHA TÉCNICA
Direção: Nimród Antal
Gênero: Ação
Roteiro: James Hetfield, Kirk Hammett, Lars Ulrich, Nimród Antal, Robert Trujillo
Elenco: Dane DeHaan, Dennis Jay Funny, James Hetfield, Jeremy Raymond, Kirk Hammett, Lars Ulrich, Mackenzie Gray, Robert Trujillo, Toby Hargrave
Produção: Charlotte Huggins
Fotografia: Gyula Pados
Montador: Joe Hutshing
Duração: 92 min.
Ano: 2013
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Distribuidora: H2O Filmes
Estúdio: Picturehouse Entertainment
Classificação: 14 anos