
Mais do que um mega espetáculo, o Metallica presenteou os 100 mil espectadores da noite de 25 de setembro de 2011, com um momento histórico do rock.
Depois de varar a madrugada, dormindo mau e cochilando vez ou outra, às 10 hrs da manhã chego em Juiz de Fora; pausa para o almoço e para recarregar as energias, ainda faltam mais duas horas para chegar no destino final. Ao meio dia finalmente eu e meus amigos chegamos no Rio, e depois de 35 minutos chegamos na Barra da Tijuca, onde o ônibus para e temos de caminhar mais 30 minutos a pé para chegar na cidade do rock, só que por mais um imprevisto só conseguimos seguir caminhada adiante às 13:45 hrs da tarde, ou seja o show do Matanza com Bnegão não seira possível de conferir já que o mesmo começaria às 14:40 hrs e ainda levaria um tempo na fila até chegar na cidade do rock.
Após a caminhada na avenida que dá acesso ao Rock in Rio, chego numa rotatória onde de frente se encontra uma enorme fila de camisetas pretas, e o mais curioso é que havia três filas numa só: a que andava mais ou menos, os que ficavam parados esperando sua turma e os que assim como eu estavam loucos para chegar no show. às 15:00 finalmente chego na cidade do rock, ai é o momento de registrar cada momento ali em cada marco do lugar; quando chego perto do Palco Sunset pego o finalzinho do show do Matanza, depois é hora de conferir a interessante Rock Street, em seguida eu meus amigos vamos para a fila do lanche, afinal de contas para encarar uma mega maratona de shows é necessário de energia, vamos para a fila do lanche às 15:15 e ai começa minha penitência, graças à rede de fast food que está fornecendo o serviço de alimentação do festival, a qual nem merece ter seu nome citado aqui no post, perco o show do Korzus e o do Angra com Tarja Turenen (este último,um dos que mais estava curioso em ver), e fico 3 horas na espera de um misero sanduiche para forrar o estômago e de um refri para hidratar, quando cheguei ao fim da fila um grupo de headbangers solidariamente nós vende alguns tickets que facilitam nossa vida para pegar o lacnhe.
Lanche feito, é hora de conferir um dos shows mais aguardados do dia: Sepultura! Quando estava na fila do lanche ouço rumores de que eles haviam trocado de lugar com o Glória e merecidamente iriam tocar no Palco Mundo, depois de descansar um pouco no gramado da cidade do rock, vou lá pra frente para conferir os principais show da noite, e cada vez que me aproximo do palco os rumores do Sepultura tocar ali vai crescendo, de repente começa a rolar o som… mas do Glória! A organização conseguiu a proeza e cagada, de botar dois shows ao mesmo tempo, o que fez com que eu e milhares de pessoas perdem-se o grande show do Sepultura! Valeu Medina!
Sobre o show do Glória, tenho de aplaudir o sangue frio dos caras, ao encarar a multidão que não estava ali para ver eles, e começaram até bem com a música “É Tudo Meu”, porém o grupo peca ao ter canções chorosas e melosas e não saber qual caminho deve seguir, de ponto positivo além da primeira música fica os covers dos eternos clássicos do Pantera, “Domination” e “Walk” que deram uma boa animada no público e o solo de bateria de Eloy Casagrande.
O segundo show e a primeira atração internacional do dia, o Coheed and Cambria, foi um show vazio, não posso dizer que foi um show ruim e nem que foi bom, pois o som da banda nada transmite aos que o ouvem e seu show transmite uma energia mediana; de destaque somente o cover da sempre excelente The Trooper do Iron Maiden e o visual exótico “samambaia” do vocalista Claudio Sanchez.
Depois de dois show apáticos, finalmente vem uma das grandes atrações da noite: Motörhead! Quando Lemmy Kilmister, Phill Campbell e Mikkey Dee subiram ao palco e começaram o show, mostraram o porque de serem considerados um dos maiores nomes da história do rock, ao desfilar grandes clássicos como: “Over the Top”, “Killed By Death”, “Going To Brazil”, “Ace Of Spades” e “Overkill”. Além de ver esses clássicos ao vivo, ver Mikkey Dee detonando do início ao fim na sua bateria, tocando como se fosse uma patrola, fazendo um solo memorável, a interação bacana de Phill Campbell com o público, ver ele usando a camisa de meu time de coração (Atlético Mineiro), a participação mais do que especial de Andreas Kisser no show em “Overkill” e Lemmy falando frases curtas mas de efeito para platéia, colocando os amplificadores no último volume e mandando ver no seu baixo, foi memorável e fascinante! A única coisa que faltou no show para melhorar mais ainda, foi tocar os grandes clássicos “Orgasmatron” e “Hellraiser”.
Confesso que não sou muito chegado ao som do Slipknot (gosto muito de Before I Forget e de uma ou outra), mas uma coisa tenho a dizer sobre o show deles: Que baita espetáculo visual! A energia que eles emanam do palco, a emoção e empolgação de seus fieis fãs é algo impressionante! Fora que ali vivi dois momentos surreais: O primeiro foi quando olho para o meu lado direito, e ali a cinco metros de distância está DJ Starscream, que sobe na tenda da mesa de som ao lado e pula de uma altura de quatro metros na plateia do outro lado. A segunda foi na penúltima canção do show, quando o vocalista Corey Taylor pediu uma coisa aos fãs ali presentes e se ajoelhou na ponta do palco, e que o vejo na minha frente e ao meu redor são fãs alucinados ajoelhando; Corey diz: “What do you do when you find a motherfucker?!” “You kill the motherfucker!”, olho para trás e um cara me diz: “Isso aqui agora vai fuder, fuder mesmo!” E realmente o bicho pega quando a música começa, e é feito um bigo mosh na minha frente e atrás de mim e dos lados pessoas pulam freneticamente. Milagrosamente e sabe-se lá como sobrevivi aos moshs, e segui inteiro para aquele que viria a ser o grande acontecimento da noite: o show do Metallica!
Como meu sonho de ver o Metallica ao vivo era enorme, fui o máximo que pude para frente para poder ver melhor o show e consigo a sorte de ficar a 30 metros do palco! Quando começa a exibição vídeo com a cena de Três Homens Em Conflito com a magistral canção Ectasy Of Gold, sempre presente nas aberturas dos show da banda, aquelas 100 mil pessoas ali presentes não estavam mais no Rio na cidade do rock, e sim em uma outra dimensão de emoção, êxtase e delírio! Eis que surge a banda no palco já mandando um mega petardo: “Creeping Death”! Sem deixar nos recuperar o fôlego lá vem um baita clássico: “For Whom The Bells Tolls”, e o Metallica realmente esta afim de fazer um mega espetáculo levando todos a loucura, quando James canta a todos os pulmões “Fuel”, onde sem querer participo de uma forma relâmpago do ultra power mosh durante a canção. Os integrantes estão tão empolgados com o público tupiniquim, que para demonstrarem o quão especial aquela noite era para banda, eles mandam uma canção não muito presente no sets lists dos shows: “Ride The Lightning”!