Inovação nem sempre é a solução

Os Mercenários 3

Chega até ser irônico, mas num mundo onde a inovação é uma necessidade constante para aqueles que querem conseguir grandes resultados seja qual for seu objetivo, é estranho que determinada situação peça justamente o contrário: manter velhos hábitos.

E um caso que se encaixa bem nisso é o novo Os Mercenários 3 (EUA, 2014), que na vã tentativa de dar um sangue novo na franquia e atrair fãs da nova geração, aposta suas fichas numa safra de possíveis “caras novas do cinema brucutu”.

O começo dá a impressão de que isso será possível, com uma abertura fulminante mostrando a velha guarda resgatando o mercenário Doc (Wesley Snipes), que está numa prisão há anos, e aqui já rola a primeira paródia hilária quanto a prisão de 8 anos de Snipes por sonegação de impostos.

As coisas melhoram ainda mais na sequencia, quando a equipe tem de encarar uma nova missão de impedir o contrabando de bombas do procurado Victor Minns, mas que na verdade se acaba revelando ser Stonebanks (Mel Gibson), um velho conhecido de Barney Ross (Sylvester Stallone) que fundou Os Mercenários com ele, mas que traiu o grupo e Barney pensava ter matado em uma operação passada.

Com o fracasso da empreitada, o líder do time brada que “eles eram bons nos tempos deles”, mas que hoje já não rendem mais, e que renovar é preciso. E é justamente ai que o filme dá uma derrapada e mostra um sinal que preocupa os fãs do gênero.

Quando começa o processo de recrutamento dos novos pupilos, o ritmo diminui, fica meio chato, e os aspirantes, dentre eles a lutadora do UFC Ronda Rousey, demonstram ter um carisma tão cativante quanto um saco de farinha.

Isso além de ser um ponto fraco neste terceiro capítulo, é um sinal amarelo e ruim de ser compreendido pelos amantes de um filme de ação a moda antiga: não há nomes a altura para que este filão possa prosseguir nos próximos anos, e ficar refém dos VHS, DVD’s , Blu Ray’s e arquivos do HD, parece ser a solução mais crível.

Velha guarda salvando a pátria.

Velha guarda salvando a pátria.

O que salva Os Mercenários 3 de uma mediocridade teen, e que o coloca como uma diversão cinema pipocão dos bons é suas cenas de ação muito bem feitas, as auto paródias impagáveis, e o fator X: o carisma e presença de tela dos medalhões!

Antonio Banderas está sensacional na pele do espanhol tagarela Galgo, esse sim deu uma renovada boa; substituindo Bruce Willis “out of picture”, Harrison Ford mostra elegância como o chefe das missões, e Mel Gibson mesmo não falando muito, mostra que basta uma atuação convincente e direta ao ponto para se fazer um grande vilão.

Fica a torcida agora para que no quarto filme Sly volte a dar o espaço e devido valor aos veteranos, chame alguns nomes que andam sendo especulados (Clint Eastwood, Jackie Chan, Nicolas Cage) e não tente agradar a geração que custa a prestar atenção em algo por mais de uma hora.

Ficha Técnica

Gênero: Ação

Direção: Patrick Hughes

Roteiro: Creighton Rothenberger, Dave Callaham, Katrin Benedikt, Sylvester Stallone

Elenco: Antonio Banderas, Arnold Schwarzenegger, Dolph Lundgren, Harrison Ford, Jason Statham, Jet Li, Kellan Lutz, Kelsey Grammer, Mel Gibson, Sylvester Stallone, Terry Crews, Wesley Snipes

Produção: Avi Lerner

Fotografia: Peter Menzies Jr.

Montador: Paul Harb, Sean Albertson

Trilha Sonora: Brian Tyler

Duração: 126 min.

Ano: 2014

País: Estados Unidos

Cor: Colorido

 

 

 

 

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