
Mockumentary de Rob Reiner, lançado em 1984, traz divertida e criativa sátira aos clichês do rock e heavy metal.
Baterista morrendo engasgado com o próprio vômito, álbum preto, primeira turnê nos EUA, mulher que arruina a relação da banda, letras sexistas, groupies e som no talo; poderiam ser muito bem ingredientes de um documentário sobre o The Who, Metallica, Ozzy Osbourne, Beatles, Mötley Crue, Van Halen, Kiss ou Guns N’ Roses, mas não, tudo isso engloba o universo de uma das maiores bandas de heavy metal da história, que jamais existiu: Spinal Tap!
Lançado em 1984 e dirigido por Rob Reiner (Conta Comigo, Harry e Sally, Questão de Honra), This Is Spinal Tap, que no Brasil ganhou a tradução de Isto É Spinal Tap, trata-se de um mockumentary (documentário fictício) que retrata a primeira ida aos Estados Unidos da banda de heavy metal que dá título a obra.
Apresentado e dirigido por Marty DiBergi (Rob Reiner), um diretor especialista em comerciais de TV, o “rockmentário” mostra os problemas da turnê do Spinal Tap, a relação conturbada com a gravadora, o problema com os bateristas, as inúmeras formações que a banda teve (mais de 37 pessoas já passaram por ela), o início a La Beatles Iê-Iê, o declínio e a recuperação na terra do sol nascente.
Cenas antológicas e que retratam absurdamente a realidade do backstage do mundo do rock, pipocam ao monte a cada momento na tela e que os milhões de fãs do filme adoram e decoram: as explicações absurdas de porque nenhum baterista fica na banda, as festinhas de gravadora onde a falsidade rola a solta, a coleção de guitarras de Nigel Tufnel (Christopher Guest), notável por sua nunca tocada Fender Bass VI verde e quando o mesmo explica que o sucesso da banda são os amplificadores Marshall que vão até o volume 11, sendo que geralmente vão até o 10, os problemas de embarque com o baixista Derek Smalls (Harry Shearer) com seu pepino embrulhado em papel metálico pra fazer “volume nas calças”, a capa censurada de “Smell The Glove” que gera o “Black Album”, o vocalista David St. Hubbins (Michael Mckean) explicando que seu nome provém de um santo, cuja causa é a dos “sapatos de qualidade”, e a ameaça de anões serem esmagados com a “imensa” pedra de Stonehenge; isto é apenas um aperitivo do vasto cardápio que o filme oferece.
Quando foi lançado, não chegou a ser um sucesso, pois o público não entendeu a proposta do falso documentário que tirava sarro dos clichês do rock n’ roll, mas, quando foi lançado em VHS, foi um sucesso estrondoso e ganhou mais e mais fãs, alçando a obra a status de cult, dando força ao gênero e deixando um legado durante décadas (vide o caso de A Bruxa de Blair) e sendo hoje preservado pelo Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos.
A única ressalva a ser feita sobre o mockumentary de Rob Reiner, é a de que as pessoas que não tem certa noção de rock e doc’s do gênero poderão ficar meio perdidas com as piadas e referências. Porém, aos apreciadores do gênero, aperte logo o play e ponha o volume no 11!
FICHA TÉCNICA
Diretor: Rob Reiner
Elenco: Rob Reiner, Michael McKean, Christopher Guest, Harry Shearer, Tony Hendra, R. J. Parnell, Billy Crystal, Anjelica Huston.
Produção: Karen Murphy
Roteiro: Rob Reiner
Fotografia: Peter Smokler
Trilha Sonora: Rob Reiner, Peter Smokler, Christopher Guest, Michael McKean, Harry Shearer.
Duração: 82 min.
Ano: 1984
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: UIP
Estúdio: Spinal Tap Prod.