Sei que é muita pretensão dizer, ou proclamar, que um programa X da TV é o melhor de todos os tempos, porém, no gênero de programas infantis, não tenho medo de declarar e escrever com gosto, que o post de hoje é em homenagem aos 18 anos, daquele que é o melhor programa infantil da TV Brasileira: Castelo Rá-Tim-Bum.
É notório que, neste início de anos 2010, uma onda de nostalgia vem invadindo os cinemas, o mundo da música e, principalmente, as redes sociais, onde milhões de usuários postam aquelas imagens, do naipe: “Se você se lembra disso, compartilhe, pois fez parte de sua infância”, “Se você reconhece os personagens, tá ficando velho”, “Quem se orgulha de ter assistido isso compartilha”, etc. E a década da vez, a que está trazendo essa sensação de: “Ah, como eram bons aqueles tempos”, são os anos 90.
Na década em que a MTV chegou ao Brasil, o rock nacional viveu sua última grande fase, o Super Nintendo era tecnologia de ponta, milhões cuidavam de seus Tamaguchis como se fossem um bebê, a Malhação ainda prestava, os programas de Silvio Santos eram garantia de alegria e Carrossel ganhou Troféu Imprensa, a TV Cultura foi importantíssima na formação de milhões de brasileiros, grupo o qual me incluo; com programas dedicados a criançada que conseguiam aliar diversão com conhecimento, e isso de uma maneira fantástica, a lista deles até hoje muitos sabem de cor: Glub-Glub, Rá-Tim-Bum, X-Tudo, Cocoricó e claro o que é o tema deste post.
O enredo do programa mostrava a vida do jovem feiticeiro de 300 anos, Nino (Cássio Scapin) que vivia em um belo castelo que dava nome a atração, no meio da cidade de São Paulo, com seus tios Vítor (Sérgio Mamberti) e Morgana (Rossi Campos).
Nino nunca colocou seus pés em uma escola convencional, e seu maior sonho de consumo era ter amigos com quem pudesse brincar e viver momentos de alegria em sua interessantíssima morada. Seus pais o deixaram morando com Victor e Morgana, porque precisavam viajar numa expedição no espaço sideral, levando seus dois irmãos mais novos. Ele resolve fazer um feitiço que aprendeu com seu tio Victor e acaba trazendo para o Castelo três crianças que tinham acabado de sair da escola: Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cinthya Raquel) e Zequinha (Freddy Allan).
Entre uma brincadeira e outra, as crianças tinham de lidar com as falcatruas, de Dr. Abobrinha (Pascoal da Conceição), um agente imobiliário que sempre se infiltrava no castelo disfarçado para convencer alguém de assinar um contrato, para que o castelo fosse demolido e em seu lugar fosse construído um prédio de 100 andares, mas suas investidas nunca davam certo.
Mais do que pela história simples e criativa, Castelo Rá-Tim-Bum fez um sucesso enorme e tornou-se uma referência pela sua produção caprichada, cuja direção era do cineasta Cao Hamburger, que prezava uma qualidade extrema fosse num mero detalhe de cenário a escolha das músicas da trilha.
Outro ponto fundamental, que contribui de maneira muito significante para que o programa fosse marcante, foram os personagens secundários, que sempre traziam ensinamentos para os telespectadores de uma maneira divertida, dentre eles destacam-se:
Gato Pintado: Morando dentro da biblioteca do castelo, Gato Pintado era apaixonado pela arte escrita e costumava passar seu tempo lendo os livros que tanto gostava ou contando os mesmos na biblioteca de forma rígida. Quando alguém queria um livro, deveria consultar com ele, pois ele tinha um controle de quem pode ou não tirar os mesmos de lá. De acordo com ele, existiam 1005 livros na biblioteca no começo da série.
Mau: Monstro roxo que habitava os encanamentos do castelo. Seus passatempos envolviam mostrar que ele era mau, como já dizia seu nome, mas não tinha muito sucesso por que no fundo, ele era um monstro de bom coração. Seu quadro no castelo envolvia perguntas aos telespectadores respostas de enigmas ou repetir trava-línguas, sob ameaça de ouvirem sua temível e malígna “Gargalhada Fatal”. Outro passatempo dele era correr pelos encanamentos do castelo, fazendo barulho. Suspeita-se que o Mau tenha vindo do Pantanal.
Godofredo: Monstro parecido com uma ratazana, (outros pensam que ele seja um elfo), um tanto caseiro que mora com Mau nos encanamentos, vivia com medo da Gargalhada Fatal, fazendo de tudo para ajudar os telespectadores com os desafios do Mau. Às vezes, entretanto, ele levava a melhor, enganando Mau ou fazendo Mau não dar sua Gargalhada.
Celeste: Uma cobra cor-de-rosa que habitava a árvore do castelo. Ela era geniosa e um tanto egoísta as vezes, mas nunca chegava a ser violenta como suas contrapartes do mundo animal. Seu passatempo favorito era reclamar que ela é “só uma pooooobre cobra sem pernas, nem pés, nem braços nem mãos”. Geralmente reclamava com Nino e costumava corrigí-lo, caso agisse infantilmente, o que gerava brigas entre os dois. Mas em outros momentos, demonstravam amizade e afeto um pelo outro.
Porteiro: Ser mecânico que atuava como porteiro do castelo. Só era permitinda a entrada para quem puder seguir instruções de suas Senhas do Dia: coisas como Pular num pé só, citar derivados do leite ou imitar estátuas famosas. Porteiro então emitia seu bordão “Plift Ploft Still, a porta se abriu!”.
Relógio: Localizado no hall de entrada, Relógio tinha orgulho de sempre estar muito preciso e tinha como sua obrigação exclamar para todos sobre quaisquer horários importantes, tal como a hora de ir embora ou a hora da Morgana contar suas histórias. Fiel escudeiro de Dr. Victor, sempre avisa quando este estava a chegar no castelo, geralmente à noite.
Tap e Flap: Irmãos gêmeos, eram um par de botas com óculos escuros que sempre falavam rimando um com o outro. Alegam terem sido encontrados pelo Dr. Victor e trazidos para morar no castelo em certo episódio. Houve rumores de que eram hippies e que usam óculos para esconder a falta de olhos. Tap é aparentemente o mais sossegado e tímido; enquanto Flap é o mais descolado e despojado, tendo uma voz e jeito de falar semelhante à de um roqueiro.
Fura-bolos: Fantoche de dedo aparecia sempre que julgava necessário animar alguém com um show da Dedolândia (chamando o quadro dos mesmos, ensinando a contar) ou para lembrar à quem vai comer que devem lavar as mãos (dando começo ao outro quadro, o clipe lavar as mãos).
Ratinho: Morando em um buraco de rato com garagem, Ratinho podia ser visto cantando pneu pelo castelo em seu Ratomóvel, indo direto para seu buraco e dando começo ao seu próprio quadro, o qual mostrava coisas importantes como jogar lixo no lixo, escovar os dentes, tomar banho e reciclagem. O quadro do ratinho era feito com animação de bonecos de massa.
Adelaide: Gralha de estimação de Morgana. Morgana afirma que a encontrou ainda filhote, abandonada pela mãe por ser capaz de falar. Adelaide é um tanto criança às vezes, brigando com pessoas por não darem atenção para ela ou por não poder fazer coisas como quer prontamente e vivia ganhando de Morgana uma lição de história referente ao tema.
Lana e Lara: Duas fadas boas que moram no lustre do castelo, as duas eram irmãs e já foi dito que são primas do Nino. Lara é a mais velha, de pele mais morena costumava usar um vestido amarelo brilhante e é a mais madura e responsável. Lana é a caçula, magra e branquela, tem a voz mais aguda e é mais delicada, vestia um vestido rosa brilhante. Se divertiam fazendo brincadeiras com objetos ou adivinhações. Às vezes desciam ao hall para ajudar as crianças, mas no geral não interagiam com os demais personagens.
João de Barro e as Patativas: Três passarinhos que moravam juntos num ninho de joão-de-barro num galho alto da árvore da Celeste. Acredita-se que sejam irmãos, e João provavelmente é o primogênito. Ele possuía a habilidade para tocar vários instrumentos, enquanto as Patativas costumam cantar. Humanamente, as patativas têm aparência semelhante à de Lana e Lara, visto que uma é branca (provavelmente loira) e a outra é negra.
Bongô: Era um jovem negro, fã de música e dança. Ele era o entregador de pizza que pessoalmente se encarregava de trazer pizzas ao castelo, dada sua amizade com os moradores e principalmente com Nino. Sempre de bom humor e de alegria contagiante, soltando suas expressões únicas como “Eu sou elástico mas não sou de plástico!” ou “E fica tudo purpurina!”. É filho único de dois fazendeiros que moravam no interior, estudava e morava na cidade grande. Notavelmente, Bongô possuía um medo quase alienígena de bruxas, mesmo sabendo perfeitamente que Morgana era uma bruxa muito bondosa.
Etevaldo: Um garoto alienígena de planeta não conhecido. Sua primeira visita ao nosso planeta contou com o primeiro encontro com o pessoal do castelo. Após ler um dicionário inteiro em questão de segundos, ele dominou o idioma humano, embora continuasse a cometer alguns erros de português. Um tanto ingênuo sobre costumes terrestres, mas sempre brincalhão e divertido. Visitava o castelo com frequência, entrando via teleporte direto de sua nave espacial. Seu nome, Etevaldo, foi dado por Zeca, já que seu nome mesmo, no idioma de seu planeta natal, ninguém conseguia entender. O ator Wagner Bello (intérprete do Etevaldo) morreu após as gravações. Sofria de Aids.
Penélope: Uma jovem repórter, muito bonita e popular na televisão, apresentadora de seu próprio telejornal. Sempre destacando-se por sua vestimenta, maquiagem e cabelos cor-de-rosa, Penélope adorava visitar o castelo e se divertir com as crianças. Nino, não muito secretamente, tinha uma leve queda por ela no começo da série. Perto dos últimos episódios, Penélope se casou com o igualmente rosa Ulisses, tendo uma filha que batizaram de Nina em homenagem ao Nino. Penélope é conhecida por ser altamente escandalosa quando vê um rato ou quando descobre ou ouve algum fato chocante, soltando um berro de se ouvir no outro lado do mundo.
Caipora: Personagem do folclore brasileiro, Caipora Régia (ou Rê) aparecia sempre que alguém assobiava. Sempre animalesca, possuía um estômago quase furado, comendo de tudo que podia quando proporcionada a chance. Conhecia muitas histórias indígenas e gostava de contá-las para as crianças, mas como não conhecia muitos costumes da cidade, Caipora chegava a ser um tanto inconveniente ás vezes. Entretanto, para poder se livrar dela, só se conseguisse adivinhar a palavra secreta que ela escolhia, e sempre acabava dando pistas demais.
Tíbio e Perônio: Dois cientistas malucos, sempre eram mencionados quando um fato interessante “interessaria muito a uma pessoa. Uma não, duas!”. Tíbio era o mais responsável, enquanto Perônio era mais desligado e infantil. Perônio, com frequência esquecia quem era quem, além de possuir uma obsessão em fazer a “Experiência sobre o Vôo das borboletas”. Tíbio e Perônio moravam em um laboratório em algum ponto da cidade, onde também morava seu bicho de estimação, o “tatatossauro”, um monstro de algum tipo do qual nunca se pode ver nada, já que eles próprios morriam de medo. O detalhe mais engraçado dos dois é que Perônio passava a série inteira obcecado em fazer a experiência do voo das borboletas (experiência que por sinal falaram tanto e jamais foi realizada). Apesar dos dois serem irmãos gêmeos, Tíbio é de fato o mais velho.
Telekid: Morando dentro de um computador, Telekid tinha a função de responder todos os porquês de Zequinha, de um jeito superanimado. Em algumas raras exceções, outra pessoa faz os porquês.
O programa chegou ao fim em 1997, mas sempre continuou a ser exibido na TV Cultura com ótimos índices de audiência, e no ano de 2000 ganhou um filme, que não chegou a ter o mesmo brilho do programa.
Confira abaixo vídeos que mostram o porquê do Castelo Rá-Tim-Bum ser o maior marco dos programas infantis feitos no Brasil, e também pra matar um pouco as saudades, e para os fãs mais aficcinonados, foi criado um site especial para a comemoração dos 18 anos.
eu não sabia que o nino tinha irmãos e muito menos que os pais dele tinham ido para o espaço e eu que pensava que ja sabia tudo do castelo ra- tim -bum.
Sabiam que o episódio 62 não é mais exibido, ninguém sabe por que esse episódio saiu do ar, pelo menos ele voltou a ser exibido na tv brasil!!!!
62 A Caipora Dá o Fora Caipora Nino monta um quebra-cabeça de 200.000 peças e faz um surrebrifru(super-remelexo brilhante de frutas). A Caipora sem querer destrói o quebra cabeça e come o surrebrifu inteiro! O Nino perdeu a paciência e brigou com ela, assim a Caipora foi embora e o Nino e seus amigos tem de ir até o mundo onde os personagens do Folclore viviam para pedir desculpas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_epis%C3%B3dios_de_Castelo_R%C3%A1-Tim-Bum
Fantástico, sem dúvida o Castelo Rá-Tim-Bum foi melhor programa infantil já visto na televisão brasileira.