Brother Gunner

Logo na orelha do livro o leitor já é advertido do coquetel molotov que está prestes a explodir; nele ele irá descobrir como Steven Adler conheceu Slash aos 13 anos de idade, tentou entrar na Marinha, dos abusos sexuais que sofreu aos 14 anos, como salvou Nikki Sixx de uma overdose, transou com a irmã de Tommy Lee, participou de uma orgia regida por Steven Tyler e de outra por Nick Sixx, e de sua expulsão do Guns N’ Roses.

Os chamativos (e impactantes) tópicos acima, são apenas os canapés de entrada da jornada de conquistas épicas e tragédias gregas que permeiam a vida do primeiro baterista gunner, muito bem relatadas em sua autobiografia lançada no Brasil em 2015 pela editora Edições Ideal: Meu Apetite Por Destruição-Sexo, Drogas e Guns N’ Roses.

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Back To 80’s

Steel Panther

Muito laquê no cabelo, lápis nos olhos, maquiagem pesada, calças apertadas (e com pele de onça se possível), riffs pegajosos, solos furiosos, groupies, festas, sexo e mais sexo, arenas lotadas e som no talo!

Vendo assim, a descrição acima seria de alguma banda da cena hard/glam de Los Angeles nos anos 80, mas, por incrível que pareça, ela cai como uma luva para um dos grandes destaques dos anos 00’s: Steel Panther.
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Decadence Avec Elegance

Telefilme de 97 retrata a trajetória de glória e destruição de uma das maiores top models da história.

Telefilme de 97 retrata a trajetória de glória e destruição de uma das maiores top models da história.

Há mulheres que nos fazem perder a cabeça, ficar encantados apenas com um simples sorriso, um gesto que nos tira, literalmente, o fôlego, que nos ganha com um simples olhar e que, com sua presença, nos faz esquecer por um momento todos os nossos problemas e despertam nossos instintos mais sacanas. Dentro deste universo temos os mais variados tipos: bonitas, lindas, musas, deusas e a que reúne tudo isso e muito mais e agrega um novo padrão de beleza que somente ela pode alcançar: Angelina Jolie!

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Quando você envelhece, seu coração morre

Clássico de John Huges traz um retrato fiel da juventude como ela é. Sem caricaturas e clichês.

Certa vez ao ir à locadora a mãe do dono, e que também o auxilia na administração do local, me disse uma frase muito interessante sobre os filmes de comédia com temática adolescente que os definem muito bem: “Os filmes de comédia são a melhor forma para se conhecer a juventude de uma época, porque ele mostra seus comportamentos, ideias, modas e como era seu ambiente.”

Há um filme que se encaixa perfeitamente nesse perfil, porém, que extrapolou as barreiras do tempo, para se tornar um dos mais cultuados da história e ser o retrato definitivo da adolescência: Clube Dos Cinco.

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Os 13 Sintomas

Festival que mobilizou a população mundial em 1985 na luta contra a AIDS, deu origem ao dia do rock.

Não é exagero afirmar mas, há exatos 27 anos atrás, um mega evento fez com que a Terra literalmente parasse: acontecia o Live Aid, cujo objetivo era o de conscientizar a população mundial sobre uma grave doença, que nos 80 e 90 era a garantia de morte: a AIDS.

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Lixo Pra Gringo Ver

Bomba de John Stockwell é um atentatdo ao bom gosto do cinéfilo.

Começo o post de hoje relembrando uma afirmação de Paulo Ricardo, vocalista e baixista do RPM, dada ao jornalista Zeca Camargo em um especial da MTV em 1993, feito para o retorno da banda naquele ano, uma opinião da qual eu compartilho: “Eu não sei de onde os críticos brasileiros tiram esse prazer de pegar uma obra e descer a lenha, de falar mal.” Paulo ainda lembrou que em seus tempos de jornalista, quando exercia ofício de crítico, as únicas duas resenhas que havia feito foram positivas, uma era de um novo disco do tremendão Erasmo Carlos e a segunda é do ótimo e histórico disco de estréia da Blitz: As Aventuras Da Blitz, de 1982.

Também não sei de onde vem essa fonte de prazer detonador do jornalismo cultural brasileiro que paira no ar há anos, e nem gosto de achincalhar com alguma obra; porém, na madrugada de quinta para sexta da última semana, faço um feito do qual até agora busco razões científicas, filosóficas e astrológicas para explicar, mas não consigo: assisti ao filme Turistas (EUA, 2006) dublado na Record!

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Luz No Fim Do Túnel

Com seu jeito irreverente e carismático,Zéu Britto é a grande revelação do momento do rock e da música nacional.

A música brasileira praticamente morreu em dois momentos dos anos 90. O primeiro foi no dia 3 de março de 1996, quando o fantástico grupo que esbanjava criatividade,alegria e carisma, Mamonas Assassinas sofreu um acidente aéreo na Serra Da Cantareira, pondo fim em sua carreira em pleno auge e deixando o Brasil mais triste. Já o segundo ocorreu um ano depois,quando o genial músico pernambucano Chico Science, que revolucionou a música e o rock nacional com a Nação Zumbi, sofreu um acidente com seu Fiat Uno no carnaval.

Desde então nada de novo e relevante surgiu em nosso cenário. Pelo contrário, fomos bombardeados de lixos musicais por todos os lados, de Eguinhas Pocotós à Créu,de artistas que pensam que fazem rock mas na sabem nem o significado do gênero( CPM 22,Fresno,Detonautas,Restart,NX Zero e derivados) além das milhares de minhocas do agrobrega do sertanejo universiotário, que querem ser rockstars e que na verdade são verdadeiras  ofensas à inteligência humana.

Mas eis que o acaso me presenteia (e os milhões de espectadores) uma mega revelação nesses últimos dez anos, no programa do Jô, um artista de talento nato, carisma surpreendente, com uma composição despojada, o nome da fera: Zéu Britto!

Com influências claras de Tom Zé, Arnaldo Antunes, Serguei e Raul Seixas (por coincidência Zéu nasceu no mesmo estado de Raulzito) Zéu Britto tem músicas divertidíssimas e que deixam seu nome cravado de vez no rock e na música nacional. Além de cantor Zéu também é ator e particpou de alguns trabalhos na TV, sendo o mais notável o seriado Sexo Frágil de 2003.

Confira abaixo a entrevista concedida à Jô Soares que foi ao ar na madrugada de sexta dia 17/12 para 18/12 e descubra esse talento que com o tempo, merece ter seu trabalho reconhecido por mais e mais pessoas no Brasil e mundo afora:

Alter Ego Frustrado

Livro traz retrato autobiográfico às avessas de Tony Bellotto

“Pense no cu. Por que cu termina em u? Há um motivo. É a mesma coisa com as bucetas. O segredo está no u. U tem cheiro. U tem gosto. Até a palavra oficial do cu, ânus, tem lá seu u. Que beleza de palavra: ânus. Sente a sonoridade?”- Tony Bellotto, No Buraco.

Quando o parágrafo acima foi dito na entrevista que Tony Bellotto concedeu a Amaury Jr em seu programa, um exemplar vendido do livro No Buraco já estava garantido. O talento de Bellotto como guitarrista e compositor nos Titãs é incontestável, compôs o hino da banda: “Polícia” e colaborou em outras grandes canções do grupo: Pra Dizer Adeus, Flores, Televisão, Domingo, O Pulso, Lugar Nenhum, Armas Pra Lutar, Bom Gosto, Um Morto De Férias, etc. Agora minha curiosidade era ver se ele tinha o mesmo dom como escritor (mesmo sabendo que sua série policial Bellini é bem sucedida, o primeiro livro virou filme) e o recém lançado livro seria uma boa pedida.

A história narrada em primeira pessoa retrata a vida de Teo Zanquis, uma espécie de auter ego às avessas de Tony Bellotto, que foi um guitarrista de uma banda de rock brasileira dos anos 80, chamada Beat-Kamaiurá que obteve apenas um sucesso com seu disco Totem Rachado, o hit Trevas De Luz. Porém o sucesso logo passou e Téo agora leva uma vida miserável aos 50 anos, freqüentando sebos no centro de São Paulo, vivendo à custa dos direitos autorais de seu hit e com a ajuda de sua mãe que sofre Alzheimer, bebendo seus chopes, cheirando seu pó, morando numa quitinete  e vez ou outra dedilha alguma coisa em Isabel (nome que batizou sua guitarra, após receber uma punheta homérica de uma noviça do mesmo nome quando sua banda foi fazer um show no interior do Paraná).

O livro começa com o capítulo de nome sugestivo: A Questão Das Bocetas. Onde o personagem está com a cabeça enfiada num buraco na praia de Ipanema, conversando consigo mesmo e relembrando momentos do passado, que incluem desventuras com sua banda na estrada, transas inesperadas e picantes, vício em drogas, idas a programas de auditório, problemas enfrentados em alguns shows, viagem aos EUA  para encontrar o túmulo de seu ídolo Jimi Hendrix e relatos de seu cotidiano, que vai caminhando sem muitas ilusões.Porém há um sinal de esperança de que a vida de  Teo Zanquis ira melhorar quando ele entra no sebo Combat Records e conhece a jovem coreana e fã de rock Lien.

Seu relacionamento amoroso com Lien provoca uma grande reviravolta na história, que começa no segundo e último capítulo: O Segredo Do Cannoli. Um dia, a jovem deixa um envelope com um pen drive, que incrimina seu irmão Chang Ho (um hacker que cria um mega sistema de downloads ilegais na internet.) para que Zanquis o guarde para ela. Depois disso há perseguições de coreanos à sua pessoa para pegar o cannoli (modo que ele batizou o pen derive, em homenagem ao filme O Poderoso Chefão) e na busca pela sua amada que desapareceu após pedir o “favor”, quando ele vai à casa de Lien se depara com uma cena desagradável: O corpo de Chang Ho está todo ensangüentado no meio da sala, ele está morto! A partir deste momento o livro ganha um tom policial e um desfecho incrível e surpreendente.

O grande trunfo e a sacada do livro foi a idéia de Tony Bellotto fazer um retrato autobiográfico sendo o oposto da sua vida e carreira, o fato de narrar à história de maneira precisa, com um humor ácido, as descrições bem detalhadas das memórias sexuais do personagem, as referências pop que  fazem o leitor se sentir na pele de Teo Zanquis e o desfecho que traz o inesperado.

Para os fãs dos Titãs, de rock n´roll, literatura policial e de romance mais intenso, e que curtem ler um livro de uma “sentada só”, No Buraco é uma excelente dica literária e um livro de cabeceira essencial.