Quando o RPM anunciou sua quarta volta às atividades no início de 2011, embalados pela boa receptividade do programa Por Toda Minha Vida exibido pela Globo em novembro de 2010, parecia que as tretas do passado finalmente tinham ficado para trás, e o grupo finalmente entraria de novo nos eixos.
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Os coiotes estão unidos
Já é mais do que evidente para quem frequenta o blog, ou até mesmo dá só uma “olhadinha”, que eu sou um mega fã daquele que é o maior fenômeno do Brock: RPM. E não preciso nem dizer o meu êxtase ao saber que os quatro coiotes viriam a minha cidade (Patrocínio-MG) para fazer um show no dia 14/6.
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Fazendo justiça
No fim de março de 2010, em uma das reuniões com J.Júnior para planejar o que viria a ser este blog, uma das ideias que tinha em mente e estava presente nos meus rascunhos para possivelmente colocar em prática, era a de uma coluna chama “Fazendo justiça”, onde discos subestimados da música nacional e internacional seriam analisados; e o disco que abriria ela seria Paulo Ricardo & RPM, de 1993.
O Fenômeno Rádio Pirata ao vivo

Lançado em 1986, segundo disco do RPM vendeu mais de 2,2 milhões de cópias em um ano, fazendo com que a banda se torna-se o maior fenômeno da música brasileira.
Uma multidão de pessoas esperando para ver seus ídolos de perto, esquema de segurança reforçado, apresentações constantes na tv, clipes com direito a estréia de gala, álbum de figurinhas, três shows em um só dia, shows lotados em ginásios e estádios de futebol, capas e mais capas de revistas, músicas tocando no rádio sem parar, venda de discos crescendo de uma forma descomunal, documentários tentando explicar a ascensão meteórica de um grupo de rock e fãs que gritam histericamente na porta do hotel sem cessar; parece um enredo de filme dos Beatles, não é mesmo? Parece, mas não é! Os fatos acima servem para dar um panorama, daquele que foi mais do que um mega sucesso do rock nacional; e sim o maior fenômeno da história da música brasileira, o segundo disco do RPM: Rádio Pirata ao vivo.
O Lado B De Uma Revolução
Minha educação no rock nacional foi tardia, mais precisamente em janeiro de 2006(quando ainda tinha 15 anos), antes disso só sabia por alto algumas musicas dos Titãs, graças ao fantástico Acústico MTV, um ou outro hit do Ultraje a Rigor, da importância do RPM e da Legião Urbana para o genêro e que a mulherada curtia o Kid Abelha,só isso.
Ainda bem que graças ao meu primo,irmão,guru musical e companheiro de aventuras musicais, Jean Jones, meus conhecimentos e descobertas do B Rock foram expandidas.E como eram maravilhosas, as dicas e descobertas que fazia com auxilio do grande mestre Jean.
Dentre as bandas que ele foi me indicando e contando a história, a que mais me chamou atenção foi do RPM, o entusiasmo em que ele falava deles, a empolgação em falar das inteligentes letras, do Globo Repórter, e as histórias que ele me contava do disco Rádio Pirata ao vivo eram sensacionais!Resolvi intão dar a devida atenção à banda.
Quando ouvi pela primeira vez Rádio Pirata ao vivo,logo no início do disco com aquela introdução de teclado do mestre Luiz Schiavon,simplesmente fui transportado pra outro planeta!E que música sensacional é Revoluções Por Minuto,letra inteligente(uma verdadeira aula de história), uma pegada sensacional e com um feeling fora de série!E o disco é uma sucessão de clássicos: Alvorada Voraz, A Cruz E A Espada,Naja,Olhar 43,Estação No Inferno,London London(cover que foi um sucesso inesperado e que deu origem ao disco),Flores Astrais(cover do maravilhoso grupo Secos & Molhados) e a clássica Rádio Pirata,um verdadeiro hino do rock nacional!E que naquela versão tinha uma performance incrível do vocalista e baixista Paulo Ricardo.Nem preciso dizer que depois da audição virei fã de carteirinha do grupo.
O disco sucessor, Quatro Coiotes(produzido pro Maluly),lançado em 1988,fiquei muito curioso para ouvi-lo, meu primo tinha falado que na época ele teve uma decepção com o disco,pois como o anterior tinha sido arrasador e o seguinte marcava o “retorno” do RPM, ele(como muitos brasileiros achavam) pensava que aquele seria uma continuação do anterior, no que diz respeito a sonoridade.
Mas ai é que está o mérito do álbum, o de ser uma verdadeira “REVOLUÇÃO” no som da banda,trazendo um RPM mais maduro e cabeça,provando que eles eram bem mais que um Ohar 43.Quando ouvi pela primeira vez a faixa que os fãs batizaram o disco,senti semelhante emoção quando ouvi Revoluções Por Minuto!Meu deus!Que música fenomenal!
Logo na sequência,uma canção com uma guitarra funk muito boa, A Dália Negra e ai que vemos a importância e o papel da guitarra de Fernando Deluqui, que faz um solo simples mas gostoso de ouvir no violão na canção seguinte(que chegou a ser executada no Globo de Ouro) Um Caso De Amor Assim.A quarta canção do disco começa com uma introdução sensacional mas peca na letra, o que fez com que não gosta-se tanto dela: Ponto de Fuga.Na sequência, uma canção belíssima,que ganhou videoclipe dirigido por Denis Carvalho(que dirigiu os shows da turnê do disco também) e foi exibido no Fantástico em 88, Partners, que contou com a participação de Sideah Garret, que trabalhou no disco Bad do megastar Michael Jackson; é uma canção com uma bela letra,um blues de primeira e contém um solo muito bacana de Deluqui.
Outra inovação e destaque do disco é a mistura do rock com o samba: O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza, que conta com uma participação muito especail de Bezerra Da Silva.
Os demais destaques do disco, ficam por conta de A Estratégia Do Caos (uma ótima canção pra ouvir em um fim de tarde) e a canção, que posteriormente foi incluida no MTV Ao Vivo de 2002, Sete Mares.
Já as canções que não gosto são Quarto Poder(que eu acho uma tentativa de ser uma Naja 2) e Show It To Me,por mais que essa tenha uma história interessante com Paulo Pagni o P.A .
O disco teve uma vendagem inicial considerável, 320 mil cópias. Porém aquilo era pouco para os Quatro Coiotes, mas a mídia e a própria banda não foram generosos para o sucesso desse trabalho.Muitas FM´s Brasil afora fizeram uma espécie de boicote ao disco e ao RPM,pois estavam de um certo modo de “saco cheio” do quarteto.Outro fator prejudicial, foi o fato de Paulo Ricardo não aceitar a inclusão de Partners na trilha da novela de mega-sucesso de 89 : Vale Tudo(mais detalhes dessa historia pode ser conferida na biografia da banda, RPM: Revelações Por Minuto).
Mas histórias à parte, Quatro Coiotes é um disco que engrandece e enaltece a qualidade do rock nacional,principalmente da geração anos 80, e do RPM. Se voce é fã do B Rock e do RPM, este é um album que tem de ser ouvido e é essencial na sua coleção de discos!