Um diamante a ser lapidado

Primeiro filme de Quentin Tarantino, mostra o genial diretor que estava por vir.

Falar que Quentin Tarantino é um diretor genial, que revolucionou o jeito de se fazer filmes e que ele é uma grande inspiração aos aspirantes a futuros profissionais da sétima arte, é chover no molhado, falar mais do mesmo

Porém, como se deu a origem desse revolucionário diretor? E minhas curiosidades a cerca disso, aumentaram ainda mais, quando meu amigo, sócio de blog e fã alucinado de Tarantino, J.Júnior , me contou dados curiosos de Cães De Aluguel (Reservoir Dogs, EUA , 1992).

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Mantendo O Nível

Continuação mantêm o execelnte nível do primeiro

Final de 2007, bordões como: “O senhor é um fanfarrão!” “Pede Pra Sair!” tornam-se comuns no vocabulário nacional.Mais do que um filme de sucesso sobre os “cavera”, Tropa De Elite, dirigido por José Padilha, tornou-se um importante ícone da cultura pop e da história do cinema brasileiro.

Quando saiu a notícia da continuação, logo me veio uma frase dita muitas vezes no primeiro filme pelo Capitão Nascimento (interpretado por Wagner Moura): “Vai dar merda!”. O primeiro era perfeito e tudo levava a crer que uma possível continuação era desnecessária e poderia até mesmo tirar o brilho da obra de Padilha. Mas para a grata surpresa deste blogueiro que vos escreve, tomei um baita soco na cara (o qual tomei com muito gosto) ao assistir Tropa De Elite 2.

O filme se passa nos dias de hoje, onde Nascimento vira coronel do Bope e Matias (André Ramiro) ocupa o posto de capitão. O início mostra a intervenção do batalhão numa rebelião no Bangu 1 (no ano de 2006), onde ao resgatar um defensor dos direitos humanos, Diogo Ferraz (Irandhir Santos), que fracassa na negociação com os bandidos  o capitão do Bope aproveita o descuido do líder da rebelião e o mata na primeira oportunidade que tem.Ai começa as crítica afiadas à sociedade, que Padilha mais uma vez conseguiu fazer de forma magistral.

Se no primeiro filme a dor de cabeça dos caveiras era o tráfico de drogas nos morros cariocas, agora o inimigo como diz o título do filme é outro e bem pior: as milícias formadas pela PM do Rio de Janeiro, onde há uma rede de corrupção violenta envolvendo polícia e política, aliadas e andando lado a lado.

Desta vez também sobrou um espaço para um lado cômico, mas crítico  ao mesmo tempo, onde o apresentador do programa Mira Geral (no melhor estilo Datena,Marcelo Resnde) Fortunato (André Mattos) critica a violência urbana mas à enaltece e da audiência através de seu envolvimento com a política e conseqüentemente com a formação das milícias.

Muitos são os pontos altos do filme, dentre eles estão às atuações de todos os atores principais o qual se tem a grata surpresa na ponta de Seu Jorge, a jornalista corajosa vivida por Tainá Müller, e o deputado Diogo Ferraz. A maquiagem feita no personagem do coronel Nascimento está perfeita, refletindo bem os efeitos da idade e de tantos desgastes físicos e emocionais, causados pela sua incessante batalha contra a corrupção e violência. E por fim a perfeita cena em que Matias diz que seu ex mestre se tornou uma parte da engrenagem da corrupta máquina do Estado e a imagem do personagem de Wagner Moura é refletida num espelho sujo.

O único ponto baixo do filme é a inversão de cenas no final, onde a última deveria ser a penúltima, se feito isso a película iria fechar com total perfeição; e o erro quanto à idade de Rafael, que era para ter 13 e é citado com 16.

Tropa De Elite 2 pode até não ser melhor que seu antecessor, fica um pouco abaixo dele, mas continua sendo uma importante arma à favor da sociedade brasileira, na reflexão e revisão de nossos conceitos, é uma grande obra cinematográfica brasileira e deveria ser  um filme visto por TODOS os cidadãos de nosso país!

FICHA TÉCNICA
Diretor: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, Maria Ribeiro, Irandhir Santos, André Ramiro, Seu Jorge, Milhem Cortaz, Sandro Rocha, Emilio Orciollo Netto.
Produção: Marcos Prado, Malu Miranda
Roteiro: José Padilha, Bráulio Mantovani
Fotografia: Lula Carvalho
Trilha Sonora: Pedro Bromfman
Duração: 118 min.
Ano: 2010
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Zazen Produções Audiovisuais
Estúdio: Zazen Produções
Classificação: 16 anos

Um Disco De Despedidas

Último disco com Nando Reis na banda é um bom material titânico

O início das gravações do disco A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana dos Titãs, não foi nada fácil.No dia 11 de junho, um dia antes da banda entrar no estúdio para gravar o disco, o guitarrista Marcelo Fromer foi atropelado por uma moto em São Paulo e morreu dois dias depois.A perda de Fromer gerou um baque na banda, pois ele ajudou a fundar o grupo, era ativo nas composições da banda e era o responsável por fechar contratos e mexer com a parte burocrática dos Titãs.

No disco sua contribuição também foi importante, compôs em parceria com os demais membros 4 músicas, criou os arranjos e deu a dica para Sérgio Brito insistir nos versos “Enquanto eu andar distraído, enquanto eu andar…” da música Epitáfio, que virou um mega hit da banda. Fromer também era o único membro que conseguia falar numa boa com todos do grupo, principalmente com aqueles que disputavam o posto de líder dos Titãs( na época,segundo Nando, era entre ele, Sérgio Brito e Paulo Miklos).

Mais uma vez a produção ficou a cargo do produtor norte americano Jack Endino, que conseguiu dar mais uma vez um peso nas guitarras, o que fica nítido nas faixas mais pesadas do álbum.Para fazer a guitarra rítmica a banda chamou Emerson Vilani.

O disco começa muito bem com a música Vamos Ao Trabalho, uma canção punk rock, que foi inclusive incluída no show MTV Ao Vivo de 2005, na seqüência mais um sucesso da banda, a faixa-título que traz uma letra muito bem feita que critica os “novos ídolos” que fazem sucesso hoje e desaparecem no outro mês(infelizmente esse tipo de artista ainda surge atualmente no Brasil..) .

Na faixa seguinte já se percebe que Nando Reis já não estava mais tão integrado ao grupo, todas as faixas que canta no disco são composições solo( tal situação se agravou em setembro de 2002 quando saiu da banda) e a terceira O Mundo É Bão Sebastião, que foi a décima-quarta música  mais tocada nas rádios do Brasil em 2002 e que tem um bom número de fãs que adoram ela,  é uma composição muito fraca e que parece que está ali só pra ocupar espaço.Dentre as músicas que ficaram abaixo da média no álbum pode-se incluir, Daqui Pra Lá (que seria mais viável em um disco solo de Brito), Não Fuja Da Dor que possui um excelente arranjo de guitarra mas a performance vocal de Branco Melo nesta faixa não está lá essas coisas,Mundo Cão que  é mediana e uma balada fraquíssima e arrastada composta e cantada pro Nando Reis: Mesmo Sozinho.

Uma grande música do disco e que foi uma grata surpresa, é Bom Gosto, que tem uma letra muito inteligente, aliás uma das melhores já feitas pelos Titãs; Um Morto De Férias além de ter um arranjo de guitarra ótima traz uma letra divertidíssima, assim como Eu Não presto; Isso e É Bom Desconfiar são baladas de boa qualidade e a trinca que fecha o álbum também é muito boa.Bananas traz um divertido panorama da cultura genuína do Brasil, Alma Lavada traz uma ótima performance de Tony Beloto e Cuidado Com Você é uma parceria (mais uma vez) bem feita em conjunto com o gênio Arnaldo Antunes.

Esse álbum  para os fãs dos Titãs é bom ter em sua coleção, não chega a ser uma mega álbum como os da fase áurea, mas é um disco muito bom e que marcou uma despedida com classe do grande compositor e baixista Nando Reis e do guitarrista gourmet Marcelo Fromer.