Ficção-Científica Além Do Convencional

O Homem Duplo

Naves espaciais, carros voadores, telões em alta definição passando mensagens publicitárias, robôs, raio-laser, luzes neon, futuro distópico cyberpunk, corrida espacial e uma explosão de luzes psicodélicas são alguns dos ingredientes clássicos de grandes obras de ficção-científica.

Mas se há algo que chama bastante atenção em “O Homem Duplo” (EUA, 2006), além de sua técnica de filmagem, é o fato de trazer uma história que vai além dos elementos convencionais do gênero.

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Da dor a consagração

Pearl Jam Twenty

A melhor definição para o processo embrionário sobre uma das melhores bandas de rock de todos os tempos veio não de um dos seus integrantes, mas, de um amigo muito próximo: “O Pearl Jam nasceu da junção da dor: primeiro da parte do Jeff e do Stone pela perda do Andrew Wood (vocalista do Mother Love Bone), e segundo pela da perda do pai do Eddie”, crava Chris Cornell.
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Lixo Pra Gringo Ver

Bomba de John Stockwell é um atentatdo ao bom gosto do cinéfilo.

Começo o post de hoje relembrando uma afirmação de Paulo Ricardo, vocalista e baixista do RPM, dada ao jornalista Zeca Camargo em um especial da MTV em 1993, feito para o retorno da banda naquele ano, uma opinião da qual eu compartilho: “Eu não sei de onde os críticos brasileiros tiram esse prazer de pegar uma obra e descer a lenha, de falar mal.” Paulo ainda lembrou que em seus tempos de jornalista, quando exercia ofício de crítico, as únicas duas resenhas que havia feito foram positivas, uma era de um novo disco do tremendão Erasmo Carlos e a segunda é do ótimo e histórico disco de estréia da Blitz: As Aventuras Da Blitz, de 1982.

Também não sei de onde vem essa fonte de prazer detonador do jornalismo cultural brasileiro que paira no ar há anos, e nem gosto de achincalhar com alguma obra; porém, na madrugada de quinta para sexta da última semana, faço um feito do qual até agora busco razões científicas, filosóficas e astrológicas para explicar, mas não consigo: assisti ao filme Turistas (EUA, 2006) dublado na Record!

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Um Gênio De Perto

Dirigido por Roberto Berliner e Pedro Bronz, documentário traz um um retrato íntimo da vida do líder dos Paralamas Do Sucesso.

Sem sombras de dúvidas um dos maiores nomes da guitarra nacional, é o líder dos Paralamas Do Sucesso: Herbert Vianna. Lançado em 2009, o documentário Herbert De Perto, é mais do que uma justa homenagem e sim um retrato íntimo muito bem feito pelos diretores Roberto Berliner (que já dirigiu alguns clipes da banda) e o estreante Pedro Bronz.

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O Incrível Mundo Do Backstage

Livro de Zeca Camargo traz divertido panorama dos bastidores do mundo da música

De a-ha a U2, mas poderia muito bem ser como o próprio autor diz no texto da contra-capa: De Björk a Nirvana, de Madonna a Renato Russo, de Cazuza a Mick Jagger ou de Metallica a Lauryn Hill.

O primeiro livro musical de Zeca Camargo traz um divertido (e descobridor) panorama do que rola nos bastidores do mundo da música, através das histórias do que rolou nas entrevistas musicais que fez ao longo de sua carreira até o ano de 2006 (o livro foi lançado em 4 de outubro de 2006), que abrange sua fase na Folha de São Paulo, MTV,  até chegar na sua atual fase no Fantástico, da Rede Globo.

O que chama a atenção na leitura da obra é o fato do texto dar uma proximidade entre o fã e seu artista favorito, que vivem uma relação de distância e que é quebrada graças ao livro. E também o divertido e coloquial tom que Zeca usa em seus textos, o que permite ao leitor uma proximidade com o autor numa espécie de bate papo musical.

Composto por 53 capítulos que estão classificados em verbetes em ordem alfabética, alguns são uma verdadeira aula não só de jornalismo como de história da música e sobre como funciona o show business.

Vários são os capítulos que chamam a atenção; um particularmente eu fiquei com uma certa nervosia devido a visões opostas com o autor sobre o grupo norueguês a-ha, mas em compensação nos demais me deliciei com os relatos dos encontros com os mega ídolos, que ampliam o conhecimento musical e fazem, sem a gente ver, as horas passarem em segundos!

Os relatos que se destacam são: De Alanis Morissette, artista que Zeca Camargo mais entrevistou, Renato Russo, em sua antológica entrevista para a MTV em 1993, onde ele prega uma peça na equipe do jornalista, o esquema profissional de Madonna, a simpatia dos até então “bad boys” da mídia Axl Rose(onde Zeca foi na verdade uma espécie de tradutor) e Johny Rotten , que trataram super bem o jornalista, um cansado Jon Bon Jovi, a não entrevista com o Coldplay( causada por Chris Martin), a corajosa declaração de Cazuza admitindo ter AIDS, o episódio em que os Titãs salvaram a pele do jornalista quando ele era bailarino em São Paulo, o que rola nos bastidores do “Oscar” do videoclipe o VMA que tem um capítulo dedicado ao evento no relato do Pearl Jam, como é feito o processo de fabricação de um ídolo teen (no caso de Britney Spears e Avril Lavigne), os papos com o Metallica,o ansioso jornalista querendo entrevistar seu ídolo Caetano Veloso, a energia e magia sentida nos estúdios de Abbey Road com o Skank, a loucura que foi o Rock In Rio II em 1991 no capítulo do Queensrÿche, e pra fechar com chave de ouro, a maior banda de rock da atualidade( e uma das 10 mais de todos os tempos) U2!

Ao final de cada capítulo o leitor encontra numa escolha pessoal, a indicação de uma música daquele artista que não pode deixar de ser ouvida. Há ainda a divertida seção “As Cinco Mais’ com uma criativa análise crítica e descobertas musicais descoladas de Zeca Camargo em “Perdido em Música” .

Seja para aspirantes à jornalismo, amantes de música e de uma boa e gostosa leitura, De a-ha a U2 é um livro essencial e item obrigatório de cabeceira!

O Lado B De Uma Revolução

Terceiro disco da banda traz um som à frente de seu tempo

Minha educação no rock nacional foi tardia, mais precisamente em janeiro de 2006(quando ainda tinha 15 anos), antes disso só sabia por alto algumas musicas dos Titãs, graças ao fantástico Acústico MTV, um ou outro hit do Ultraje a Rigor, da importância do RPM e da Legião Urbana para o genêro e que a mulherada curtia o Kid Abelha,só isso.

Ainda bem que graças ao meu primo,irmão,guru musical e companheiro de aventuras musicais, Jean Jones, meus conhecimentos e descobertas do B Rock foram expandidas.E como eram maravilhosas, as dicas e descobertas que fazia com auxilio do grande mestre Jean.

Dentre as bandas que ele foi me indicando e contando a história, a que mais me chamou atenção foi do RPM, o entusiasmo em que ele falava deles, a empolgação em falar das inteligentes letras, do Globo Repórter, e as histórias que ele me contava do disco Rádio Pirata ao vivo eram sensacionais!Resolvi intão dar a devida atenção à banda.

Quando ouvi pela primeira vez Rádio Pirata ao vivo,logo no início do disco com aquela introdução de teclado do mestre Luiz Schiavon,simplesmente fui transportado pra outro planeta!E que música sensacional é Revoluções Por Minuto,letra inteligente(uma verdadeira aula de história), uma pegada sensacional e com um feeling fora de série!E o disco é uma sucessão de clássicos: Alvorada Voraz, A Cruz E A Espada,Naja,Olhar 43,Estação No Inferno,London London(cover que foi um sucesso inesperado e que deu origem ao disco),Flores Astrais(cover do maravilhoso grupo Secos & Molhados) e a clássica Rádio Pirata,um verdadeiro hino do rock nacional!E que naquela versão tinha uma performance incrível do vocalista e baixista Paulo Ricardo.Nem preciso dizer que depois da audição virei fã de carteirinha do grupo.

O disco sucessor, Quatro Coiotes(produzido pro Maluly),lançado em 1988,fiquei muito curioso para ouvi-lo, meu primo tinha falado que na época ele teve uma decepção com o disco,pois como o anterior tinha sido arrasador e o seguinte marcava o “retorno” do RPM, ele(como muitos brasileiros achavam) pensava que aquele seria uma continuação do anterior, no que diz respeito a sonoridade.

Mas ai é que está o mérito do álbum, o de ser uma verdadeira “REVOLUÇÃO” no som da banda,trazendo um RPM mais maduro e cabeça,provando que eles eram bem mais que um Ohar 43.Quando ouvi pela primeira vez a faixa que os fãs batizaram o disco,senti semelhante emoção quando ouvi Revoluções Por Minuto!Meu deus!Que música fenomenal!

Logo na sequência,uma canção com uma guitarra funk muito boa, A Dália Negra e ai que vemos a importância e o papel da guitarra de Fernando Deluqui, que faz um solo simples mas gostoso de ouvir no violão na canção seguinte(que chegou a ser executada no Globo de Ouro) Um Caso De Amor Assim.A quarta canção do disco começa com uma introdução sensacional mas peca na letra, o que fez com que não gosta-se tanto dela: Ponto de Fuga.Na sequência, uma canção belíssima,que ganhou videoclipe dirigido por Denis Carvalho(que dirigiu os shows da turnê do disco também) e foi exibido no Fantástico em 88, Partners, que contou com a participação de Sideah Garret, que trabalhou no disco Bad do megastar Michael Jackson; é uma canção com uma bela letra,um blues de primeira e contém um solo muito bacana de Deluqui.

Outra inovação e destaque do disco é a mistura do rock com o samba: O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza, que conta com uma participação muito especail de Bezerra Da Silva.

Os demais destaques do disco, ficam por conta de A Estratégia Do Caos (uma ótima canção pra ouvir em um fim de tarde) e  a canção, que posteriormente foi incluida no MTV Ao Vivo de 2002, Sete Mares.

Já as canções que não gosto são Quarto Poder(que eu acho uma tentativa de ser uma Naja 2) e Show It To Me,por mais que essa tenha uma história interessante com Paulo Pagni o P.A .

O disco teve uma vendagem inicial considerável, 320 mil cópias. Porém aquilo era pouco para os Quatro Coiotes, mas a mídia e a própria banda não foram generosos para o sucesso desse trabalho.Muitas FM´s Brasil afora fizeram uma espécie de boicote ao disco e ao RPM,pois estavam de um certo modo de “saco cheio” do quarteto.Outro fator prejudicial, foi o fato de Paulo Ricardo não aceitar a inclusão de Partners na trilha da novela de mega-sucesso de 89 : Vale Tudo(mais detalhes dessa historia pode ser conferida na biografia da banda, RPM: Revelações Por Minuto).

Mas histórias à parte, Quatro Coiotes é um disco que engrandece e enaltece a qualidade do rock nacional,principalmente da geração anos 80, e do RPM. Se voce é fã do B Rock e do RPM, este é um album que tem de ser ouvido e é essencial na sua coleção de discos!