Há quase 7 anos, estava completamente devastado e inconsolado com a perda do meu ídolo e estrela-guia musical Michael Jackson; ainda no rastro daquele trágico 25/6/2009 eu acreditava e gritava aos quatro cantos que a música tinha morrido!
Uma tia ao me ouvir dizendo aquilo, educadamente me provou por A+B que aquilo era um tanto quanto pesado de se dizer; vendo que ainda temos talentos monstruosos em atividade e novos talentos bacanas surgindo, e por mais que não estejamos nos tempos áureos de uma das mais belas manifestações artísticas do mundo, decretar sua morte seria algo equivocado mesmo.
Mas eis que chega o ano de 2016, e com ele a fome da foice da morte cada vez mais não se sacia, e me trouxe novamente aquelas tristes lembranças. Primeiro foi o gênio camaleônico- e um dos poucos que souberam se aventurar no mundo da sétima arte- musical David Bowie que se foi em janeiro; agora, nesse feriadão de 21 de abril, o talentosíssimo multi-instrumentista, compositor, produtor, e dono de uma voz e repertório únicos se vai: Prince!

Filme e trilha sonora que se tornaram símbolos da cultura pop 80’s.
Falar da perda irreparável desse monstro sagrado para a cultura pop como um todo é mais do mesmo, mas o sentimento e o pensamento que insistem em martelar na minha cabeça é o mesmo: a música pop de verdade teve sua morte cerebral oficialmente decretada, e respira moribunda por aparelhos eletrônicos.
Por mais que tenhamos a última representante da realeza pop, a insuperável e poderosa rainha Madonna (que está devendo um disco à altura de seu talento desde 2005), a mega criativa Cindy Lauper, o majestoso George Michael, um sempre genial Duran Duran, o a-ha dando seu último adeus, os inigualáveis Pet Shop Boys ainda dando show, com os sempre inventivos Daft Punk na ativa, e momentos de lampejos de genialidade na cena atual, a sensação que dá é de estarmos cada vez mais perto do fim.
Mesmo esses diamantes valiosos ainda contribuindo para que os aparelhos de respiração continuem ligados, infelizmente nada será possível para reverter esse dramático cenário, onde jovens acham que música pop é barulhinho de fundo animado na balada para se embebedar como se não houvesse amanhã, pegar o (a) crush, jogar pozinho colorido nos amiguinhos, ou pra se relaxar ouvindo o Spotify, Youtube, rádio enquanto faz outra atividade que tira sua atenção da música propriamente dita.
Agora só nos resta nos apegar ao legado que o pequeno príncipe nos deixou, ouvindo e difundindo sempre marcos pop como “Kiss”, “Purple Rain”, “Little Red Corvette”, “When Doves Cry”, “Let’s Go Crazy”, “1999”, “Batdance”, “Cream”, “Diamonds And Pearls”, “Get Off”, “Nothing Compares 2 U” e tantos outros em tributo à aquele que fez deste mundo um lugar mais mágico e divertido de se viver.