Cenas arrastadas, papo cabeça, trama rocambulesca, romance, tristeza e músicas melosas; se essa é a imagem que você tem de cinema europeu, então talvez seja mais do que a hora de rever esse conceito, e uma boa pedida é um dos primeiros filmes “feeling good” dos anos 2000: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (França, 2001).
Divertido, alta astral, cheio de vida, ágil e bastante otimista, o filme francês dirigido por Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, Ladrões de Sonhos, Alien: A Ressurreição) consegue transformar com poesia e bastante humor, uma trama simples em grandiosa.
Amélie Poulain é uma jovem que foi criada sob uma bolha neurótica de seus pais, e que teve zero convívio social até chegar à sua fase adulta. Porém, no dia do trágico acidente de carro que vitimou Lady Di, em 31 de agosto de 1997, ela descobre por acaso uma pequena caixa escondida atrás de um azulejo do banheiro, e decide partir em busca do seu dono.
Tal decisão influenciará a forma como Amélie irá lidar com sua vida: 1- Caso o dono da caixa fique feliz em recuperar sua antiga caixa, ela não irá medir esforços em tornar a vida do próximo um pouco melhor por meios de gesto singelos, ou, 2- Se este ficar indiferente a situação, irá continuar sua vida normalmente.
A partir daqui a Teoria das Cordas entra em ação, mas daí a entrar em maiores detalhes de como ela irá afetar o destino dos personagens, é estragar a experiência magnífica de acompanhar todo o desenrolar da trama.

Reescrevendo o destino.
Sobre os aspectos técnicos, o filme é digno de ser aplaudido de pé por horas a fio; com cores belas e intensas, a fotografia é um deleite, e a ela soma-se uma montagem primorosamente dinâmica, e uma trilha sonora incrivelmente apaixonante de Yann Tiersen.
Mas o grande trunfo do maior sucesso internacional de Jeunet foi o de alçar ao estrelato a talentosíssima Audrey Tatou, cujo jeito delicado e alegre, convida o espectador a embarcar em sua jornada com clima de conto de fadas.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é não só o cinema num de seus estados mais puros, mas também uma linda celebração de como pequenos atos podem tornar a vida num dos mais lindos espetáculos do universo.
Ficha Técnica
Gênero: Comédia
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Guillaume Laurant, Jean-Pierre Jeunet
Elenco: Artus de Penguern, Audrey Tautou, Dominique Pinon, Mathieu Kassovitz, Maurice Bénichou, Rufus, Urbain Cancelier, Yolande Moreau
Produção: Claudie Ossard, Jean-Marc Deschamps
Fotografia: Bruno Delbonnel
Trilha Sonora: Yann Tiersen
Duração: 120 min.
Ano: 2001
País: França
Cor: Colorido
Classificação: 14 anos