De um lado do ringue, o filho de Don Corleone, que manda os inimigos dizer olá para seu pequeno amigo, que já foi a encarnação do tinhoso: Al Pacino. Do outro, o taxista mais icônico de Nova Iorque, que já enfrentou Sylvester Stallone, e grande ícone dos filmes de gângsteres: Robert De Niro.
E não é só nas lendas vivas que Fogo Contra Fogo (Heat, EUA, 1995) mostra todo seu arsenal de fogo (perdão pelo trocadilho); o elenco de apoio também é fora de série: Val Kilmer, Jon Voight, Danny Trejo, Hank Azaria, Ashley Judd, e uma então jovem e promissora Natalie Portman.
Para comandar essa constelação, um dos grandes nomes do cinema de ação: Michael Mann, de “O Informante” (1999), “Colateral” (2004), “Miami Vice” (2006) e “Inimigos Públicos” (2009).
A trama que rege o clássico de 95 gira em torno de Neil McCauley (Robert De Niro), um habilidoso ladrão especializado em realizar grandes assaltos, e do outro lado está o determinado e workhaolic policial Vincent Hanna (Al Pacino), que em meio ao seu casamento desmoronando vê seu caminho se cruzar com o de Neil.
Prosa de gigantes.
Com uma habilidade descomunal para filmar sequências de ação eletrizantes, como a do tiroteio no assalto ao banco (a qual se corre o risco de sobrar uma bala pra você), Mann se mostra um hábil roteirista, ao conseguir desenvolver sub-tramas que ajudam a somar no desenrolar do filme, sem parecer mera encheção de linguiça.
Mesmo sendo extenso, são 2h50min de filme, o tempo parece voar a jato durante sua exibição, e isso se deve também ao primoroso trabalho de fotografia de Dante Spinotti (o mesmo do espetacular O Último Dos Moicanos, 1992), que opta por um filtro azulado, de silhueta, e ambientes mais fechados, dando um ar mais intimista.
Os sons que embalam a trilha sonora é um verdadeiro espetáculo, e dentre seu tracklist, nomes geniais que incluem o saudoso BB. King e os Passengers (projeto experimental do produtor musical Brian Eno e o U2).
Considerado um dos clássicos de ação dos anos 90, Fogo Contra Fogo vai muito além desse rótulo, sendo um dos filmes obrigatórios na lista dos “Já Vi” de qualquer cinéfilo que se preze.
Ah, e se você tem uma conta no Netflix, sugiro que ao terminar de ler esse texto, vá urgentemente conferir essa obra-prima no serviço de streaming, enquanto ele ainda está no seu catalogo.
Ficha Técnica
Gênero: Ação
Direção: Michael Mann
Roteiro: Michael Mann
Elenco: Al Pacino, Amanda Graves, Amy Brenneman, Andrew Camuccio, Ashley Judd, Begoña Plaza, Bill McIntosh, Brad Baldridge, Brian Camuccio, Brian Libby, Charles Duke, Cindy Katz, Dan Martin, Daniel O’Haco, Danny Trejo, Dennis Haysbert, Diane Venora, Emily Graves, Farrah Forke, Hank Azaria, Hannes Fritsch, Hazelle Goodman, Henry Rollins, Jeremy Piven, Jerry Trimble, Jon Voight, Kai Soremekun, Kenny Endoso, Kevin Gage, Kim Staunton, Kimberly Flynn, Mario Roberts, Martin Ferrero, Max Daniels, Mykelti Williamson, Natalie Portman, Niki Harris, Patricia Healy, Paul Herman, Paul Moyer, Phillip Robinson, Rainell Saunders, Ray Buktenica, Rey Verdugo, Rick Avery, Rick Marzan, Ricky Harris, Robert De Niro, Steven Ford, Susan Traylor, Ted Harvey, Ted Levine, Terry Miller, Thomas Elfmont, Thomas Rosales Jr., Tom Noonan, Tom Sizemore, Tone Loc, Val Kilmer, Vince Deadrick Jr., Wendy L. Walsh, Wes Studi, William Fichtner, Xander Berkeley, Yvonne Zima
Produção: Art Linson, Michael Mann
Fotografia: Dante Spinotti
Trilha Sonora: Elliot Goldenthal
Duração: 172 min.
Ano: 1995
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Home Vídeo
Miscelânea Cult 