Demorou, mas, após longos vinte dois anos após a estreia do clássico jurássico imortal de Steven Spielberg, e catorze depois de sua terceira e (até então) ultima incursão nos cinemas, finalmente Jurassic Park ganha sua tão merecida e digna sequencia em Jurassic World (EUA, 2015).
É bem verdade que o trailer, que entrega uma boa dose de spoilers, não soube vender muito bem seu precioso produto em mãos, mas com poucos minutos de projeção, tal incerteza vai pelo ralo.
O mote principal da trama é totalmente crível e flui naturalmente como a verdadeira sequencia do primeiro longa: finalmente o projeto do parque dá certo, e o Jurassic World é um verdadeiro sucesso!
Mas, utilizando-se de uma criativa analogia com o público desta nova geração, o interesse pelos dinossauros não é o mesmo de décadas passadas, e as cifra$$$ clamam por uma renovação urgente.
A tão reconhecida crise de criatividade que ronda Hollywood parece assombrar também a alta cúpula do parque, que tem a brilhante ideia de fazer um “reboot” do clássico T-Rex, com o geneticamente alterado “Idominus Rex”.
Se brincar de mãe natureza uma vez já é muito errado, pela segunda vez é mais ainda, e como já era de se esperar, a avalanche de desastre vem com mais força e em doses gigantescas.
Dentro desse contexto temos os três pilares dramáticos da aventura: os irmãos Gray (Ty Simpkins) e Max (Nick Robinson), que são mandados pelos pais para passarem um fim de semana divertido com sua tia Claire (Bryce Dallas Howard), a diretora executiva do Jurassic World que supervisiona a nova promessa do parque que se vê forçada a pedir a ajuda do “domador de dinossauros” Owen (Chris Pratt).
Todos os elementos que fizeram a aventura de 93 um marco se encontram aqui numa forma mais contextualizada: os irmãos que estão passeando no parque e só queriam se divertir, o casal que se forma em meio ao caos, o local da ação é o mesmo, e junte-se a tudo isso a utilização da icônica música-tema do mago John Willians.
Estaríamos então diante de uma tentativa forçada de voltar aos bons tempos? Por incrível que pareça, o passado é a mola propulsora que impulsiona a trama para novos horizontes, que com uma direção firme de Colin Trevorrow, somada a uma excelente fotografia e direção de arte, uma atuação afiada do elenco, e inserção criativa de referências do passado, fazem com que ela tenha uma forte identidade própria.
Quanto aos efeitos especiais, os dinossauros em CGI estão num nível bastante satisfatório, em alguns momentos até realista, mas longe do impacto de outrora.
Os escorregões aqui ficam por conta de alguns aspectos no roteiro, como o plano de jerico do ambicioso empresário interpretado por Vicent D’Onofrio, e a licença poética um tanto quanto forçada do “tamanco inquebrável” de Claire.
Ao finalizar este post fico sabendo de uma boa notícia: Logo em seus três primeiros dias de exibição, Jurassic World bateu a casa dos US$ 500 milhões de arrecadação, tornando-se a bilheteria de estreia mais rentável da história, num prêmio mais do que justo de reconhecimento.
Mas, como felicidade de cinéfilo dura pouco, a bomba: tamanho sucesso confirmou os planos de uma nova sequencia, e o ótimo e promissor grande novo astro das aventuras, Chris Pratt, estará nele.
Sim meus caros, a ganância da máquina hollywoodiana não soube aproveitar a mega chance de fechar com chave de ouro um dos grandes marcos de sua história; agora só nos resta orar!
Ficha Técnica
Gênero: Aventura
Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Colin Trevorrow, Derek Connolly
Elenco: Andy Buckley, BD Wong, Brian Tee, Bryce Dallas Howard, Chloe Perrin, Chris Pratt, Divine Prince Ty Emmecca, Eddie J. Fernandez, Gary Weeks, Irrfan Khan, Jake Johnson, Judy Greer, Katie McGrath, Lauren Lapkus, Matthew Cardarople, Nick Robinson, Omar Sy, Ty Simpkins, Vincent D’Onofrio
Produção: Frank Marshall, Patrick Crowley, Thomas Tull
Fotografia: John Schwartzman
Montador: Kevin Stitt
Trilha Sonora: Michael Giacchino
Duração: 126 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Distribuidora: Universal Pictures
Estúdio: Amblin Entertainment / Universal Pictures
Classificação: 12 anos