Após encarar uma maratona de mais de 10 horas de shows com o volume no talo, a sensação que ficou do segundo dia da sexta edição brasileira do Monsters Of Rock foi a de que o mega evento realizado no Anhembi era uma verdadeira festa a altura dos grandes nomes que se apresentariam ali.
O clima na capital paulistana era agradável, com um céu boa parte do tempo nublado, e se no primeiro dia houve problemas com filas quilométricas, a organização conseguiu dar uma melhorada, já que para quem chegava no início da tarde a fila para adentrar na arena fluía bem.
Por questões de trânsito não pude ver a primeira apresentação do domingo com o Doctor Pheabes, portanto se você é um fã, admirador, ou curioso sobre a banda, peço desculpas por não poder deixar aqui um relato.
Com um carisma e energia arrasadora, o Steel Panther proporcionou uma verdadeira experiência de viver o “sonho glam” ao vivo, com um repertório bem escolhido, conversas escrachadas em português e topless!
“Pussywhipped” do recente “All You Can Eat” (2014) foi a escolhida para abertura, que conseguiu de cara agradar boa parte do público, seguida da também animada “Party Like Tomorrow Is The End Of The World”.
Depois da execução destas canções o vocalista Michael Star e o guitarrista Satchel interagem com a plateia, aonde além de ganharem a admiração dos presentes, conseguiram momentos “uba uba hey” de uma bela (e animada) fã.
“Asian Hooker” e “Eyes Of A Panther” mantiveram a adrenalina da apresentação, que ficou ainda mais animada com a participação da audiência feminina em “17 Girls In A Room”.
Em “Community Property” uma cena cômica: uma fã chora aos prantos ao cantarolar a música, como se fosse uma linda e comovente balada. Ah se ela não faltasse às aulas de inglês do cursinho…
O encerramento ficou por conta das arrebatadoras “Party All Day (Fuck All Night)” e “Death To All But Metal”. Quem não era fã passou a ser ou pelo menos ficou admirado com o som, e quem era fã ficou mais ainda.
Depois de um showzaço, a primeira decepção e cansaço do dia: Yngwie Malmsteen. Os problemas começaram antes mesmo de sua apresentação, com um problema de microfonia de uma de suas guitarras, que levou meia hora para ser resolvido.
Mas o grande defeito do mega guitarrista sueco, é a constatação de um ex-companheiro de banda: “O problema de Malmsteen é que ele é um músico genial, e ele sabe disso.” Com uma técnica apuradíssima, ele proporcionou momentos de grandiosidade, como quando faz sua guitarra soar como um violino, com composições de Johann Sebastian Bach e Niccolò Paganini, quando executou “Seven Sign”, além de uma homenagem a Hendrix com “Purple Haze”.
Porém, o excesso de virtuosismo fez com que o show de pouco mais de quarenta minutos se tornasse um verdadeiro martírio, causando um verdadeiro cansaço.
As coisas entraram no eixo novamente com a ótima apresentação do Unisonic. Reunindo os antigos membros do Helloween, Michael Kiske (vocal) e Kai Hansen (guitarrista), o grupo chamou a atenção com seu repertório afiado e com o carisma de seus membros.
O set list equilibrou bem canções como “Exceptional”, “Your Time Has Come” e “King For a Day”, com “Star Rider” do Gamma Ray, e clássicos como “March Of Time” e “I Want Out”. Fechando bem o repertório os alemães mandaram o petardo “Unisonic”
Também da Alemanha, viria aqueles que engrandeceriam o evento com seu hipnótico heavy metal classe A: Accept! É bem verdade que a banda não é mais a mesma de seus tempos de glória quando ainda era comandada pelo lendário U.D.O.
Contando hoje com o vocalista Mark Tornillo, o guitarrista Wolf Hoffmann e o baixista Peter Baltes (únicos remanescentes da formação original), a banda ganhou um peso extra com o excelente baterista Chritopher Willians e o guitarrista base Uwe Lulis.
Se fosse citar cada motivo que fez desse show não só um dos melhores do Monters Of Rock, como um dos que já vi, ficaria umas duas semanas escrevendo. Para resumir, a escolha por pancadas novas como “Stampede”, “Stallingrad”, “Pandemic” e “Teutonic Terror”, com clássicos imortais como “Metal Heart”, “Fast As A Shark”, “Restless And Wild” e o hino “Balls To The Walls”, fizeram com que este humilde blogueiro já solicitasse uma carteirinha no fã-clube.
Usando vários clichês que o gênero permite, os “guerreiros do verdadeiro metal” do Manowar contavam com uma verdadeira legião de fãs a seu favor, que cantaram e se emocionaram do começo ao fim.
Agora, para quem era admirador ou curioso com o som do icônico grupo (meu caso), o show pode se dividir em dois.
Na primeira metade com a abertura da canção homônima, com direito a participação do lendário guitarrista tupiniquim Robertinho do Recife em “Metal Daze”, e as belas homenagens ao mestre Dio e o baterista Scott Columbus juntamente com o discurso animado e em português do baixista Joey DeMaio, foram empolgantes.
Já após o discurso, problemas no som do baixo, e o excesso de teatralidade comprometeram o show, fazendo com o que final não parecesse chegar, isso fora um cansaço que parecia querer chegar.
Verdadeiros deuses do metal e um dos maiores nomes da história da música universal, o Judas Priest deu uma verdadeira aula de como ser uma lenda viva. Rob Halford continua uma monstruosidade ao vivo, juntamente com o baixista Ian Hill, os guitarristas Glenn Tipton e Richie Faulkner, e o baterista Scott Travis.
Com um telão e iluminação que acompanhava a temática do álbum de cada música tocada, os britânicos abriram com “Dragonaut” do recente disco “Redeemers Of Soul” (2014), seguida do mega hit “Metal Gods”.
Vários clássicos fizeram a alegria dos presentes como “Turbo Lover”, “Jawbreaker”, “Breaking The Law” e “Hell Bent For The Leader” (com direito a entrada da Harley-Davidson de Halford).
No bis, “Eletric Eye” vem seguida da bomba atômica “Painkiller”, cabendo a “Living After Midnight” encerrar as atividades com extrema competência.
Para a banda mais quente do mundo, convido a você leitor (que se me acompanhou até aqui, deixo o meu obrigado), a voltar neste blog amanhã para um relato completo.