No último fim de semana, rolou em São Paulo a 2ª edição nacional do Lollapalooza no Jockey Club, onde mais de 150 mil fãs conferiram memoráveis apresentações que, além de recolocar a terra da garoa no mapa dos grandes festivais, mostraram mais uma vez a força do rock em nosso País.
Confesso que nunca olhei o festival como uma coisa grande, mesmo sabendo de sua importância e relevância musical, principalmente na cena alternativa, sempre achava que era um grande evento lado B; mas, ao conversar e ver as fotos de meu amigo Guilherme, que vivenciou de perto as emoções do Lolla, vi o quão errado estava meu conceito e como aquilo era maior do que podia imaginar.
Quando li sua análise, que deixou as de jornais gabaritados como a Folha no chinelo, fácil, fácil, pirei! Fiquei até com vontade de ter estado lá pra vivenciar as incríveis experiências que ele e os milhares ali presentes sentiram na pele. Portanto, compartilho com você leitor (a) do blog, tudo o que rolou no festival na visão de quem estava lá:
Em 1993 aos 15 anos passo na banca pra ver o que havia de novidade, já era assinante da famosa BIZZ, quem não se lembra dessa revista? Eu já comprava a concorrente, ROCK BRIGADE, mas num certo dia vi a capa em que estava escrito Rock Brigade especial Festival Lollapalooza, achei engraçado o nome e nessa capa estava o Layne Stanley do Alice in Chains, mais um motivo para levá-la.
Me deparava com imagens impressionantes: palcos (já) futurísticos, áreas de games, parques temáticos super inovadores, uma verdadeira cidade, além do mais, com atrações mais que especiais, coisa que qualquer garoto interiorano amante de rock’n roll adoraria participar, mas claro, a economia do País ainda se recompondo do plano Collor e de suas mudanças drásticas devido seu Impeachment. Pois bem, guardo essa revista até hoje e às vezes me deparo olhando ela e lembrando a vontade que tinha de estar nesse festival totalmente alternativo e maravilhoso.
Ano passado não pude ir, mas sentia que aquele sonho de adolescente estava para se concretizar; no dia 31 último, ao chegar no local meu coração entrou a mil, ali eu vi que estaria realmente no Lollapalooza, um festival que atravessou 20 anos mantendo-se na proposta de revelar e ao mesmo tempo imortalizar ainda mais os que já imortalizaram o festival.
Minha proposta maior, claro, era rever o Pearl Jam, mas o festival e sua magia me levaram além, não apenas pelo Pearl Jam era sua história que perdurava e perdura até hoje, e eu, claro, queria fazer parte dessa história.
Lendo as notícias nos jornais, vi os pros e contras do festival, claro que para uma estrutura daquele tamanho teriam problemas que só depois de acometidos eles pensariam a respeito. Dizem que havia muita lama, cheiro de estrume, falta de banheiros e sendo assim filas quilométricas; o estrume eu realmente senti, logo na entrada do festival, ao entrar na pista, mas era algo do tipo andava-se 5 metros depois e já era. A lama era nas laterais da pista, local de dispersão do público e banheiro, esse, nem passei perto, por ser burro velho de festivais e de grandes shows, sei exatamente o que se deve fazer em situações como estas: nada de cerveja nem comida duvidosa, e ainda por cima cara.
Direto para meu local onde ficaria pelas próximas 10 horas, bem a frente do palco, sol quente, mas ao mesmo tempo a segurança e os bombeiros sempre davam aguá mineral, era só pedir.
O último dia começa com a apresentação da Banda Baia, um rock misturado com influências da poesia de cordel, muito bom mesmo. Logo em seguida entra Lirinha vocalista da Banda Cordel do Fogo Encantado, um porra louca que traz também uma poesia muito aguçada do Recife (sua terra) e a transforma em performances espetaculares, acompanhado da Banda Eddie, também de Recife o som foi pesado e característico às raízes pernambucanas no que tange o maracatu, com destaque a música “Quando a maré encher”, aclamada na voz de Cássia Eller.
São 16:15, quando quando entra o Pucifer primeira gringa do dia, performance estranha, o show se dá por uma espécie de ritual onde os integrantes revezam-se entre tocar e ficar brindando vinho durante toda a apresentação, em alguns momentos alguns integrantes largam seus instrumentos no meio da música e iam beber.
Eis que do nado chega um convidado atrasado, o senhor Eddie Vedder, este entra no palco e senta numa mesa improvisada para beber o vinho tão aclamado pela banda que se apresentava, a plateia foi ao delírio, o show que era morno pra frio esquentou e assim ficou enquanto ele esteve ali e até depois que ele saiu, coisa que deve ter sido de uns 10 minutos, seu tempo no palco.
The Hives, conheço mas nunca tive saco com eles, já ouvi os 2 primeiros álbuns; sabe aquele filme que você nunca espera nada e vai ver fica impressionado? Foi exatamente como me senti, uma energia muito boa, a gente via uma paixão nos olhos daqueles rapazes em estar no palco, falo isso porque em diversos momentos eles desceram lá em baixo, onde numa dessas oportunidades ele parou em frente a mim e consegui pegar em sua mão, foi demais, não perderam tempo, tocaram seus hits deram seu recado e partiram com uma hora exata de show.
31/03/2013: Era aquele menino da banca de revista curioso pelo nome estranho do festival que ali estava 20 anos depois, emoção sentimento de felicidade, emocionado e ainda sim um menino de 15 anos. Foi assim que me senti.
20:45 – PEARL JAM
ME PERDOEM MAS ESSE VAI FICAR CONFIDENCIADO EM MEU CORAÇÃO
O Multishow transmitirá sábado dia 03/04 as 21: tirem suas conclusões do que senti.
Guilherme Arantes Lourenço.