
Com músicas que permeiam o imaginário popular, músico grego fez canções antológicas que fizeram história também no cinema.
Há certos tipos de música cuja genialidade e beleza, precisam muito mais do que bons ouvidos para ser apreciada: é preciso se ouvir com o coração, a mente e a alma para se ter noção e sentir tamanha magnitude.
E se há um artista que se encaixa perfeitamente nesse perfil, com suas canções que mais parecem presentes enviados diretamente do Reino dos Céus, é o fantástico e genial músico Vangelis!
Nascido na cidade de Vólos (Grécia), Evángelos Odysséas Papathanasíu (Vangelis), iniciou sua trajetória musical de maneira precoce aos quatro anos de idade, quando se tornou autodidata em música. Curiosamente, mesmo com sua aptidão musical recusou as tradicionais aulas de piano, não tinha paciência para os estudos musicais, e não tinha muito conhecimento para ler e escrever partituras.
Anos mais tarde, no início da década de 60, fundou o grupo Formix, que com o seu som pop obteve bastante notoriedade na Grécia. Em 68, mudou-se para Paris, onde juntamente com Demis Roussos (vocal) e Loukas Sideras (baterista), fundaram o grupo de rock progressivo Aphrodite’s Child, que teve canções de sucesso como: “Rain and Tears”, “Marie Jolie” e “It’s Five O’Clock”. Mesmo com o sucesso, o conjunto durou apenas quatro anos.
Um ano depois, começou sua carreira solo e a escrever aquela que seria uma das mais grandiosas histórias de união da música com o cinema, ao compor temas para dois filmes de Frederic Rossif. Na sequência, em 74, veio seu primeiro álbum solo, “Earth”; neste mesmo período, chegou a ensaiar com um dos maiores nomes da história do rock progressivo, o Yes, onde mesmo não sendo um membro efetivo, ficou amigo do vocalista, Jon Anderson, com quem veio a fazer uma parceria posteriormente.
O ápice veio nos anos 80 e 90, ao criar temas para filmes, cujas canções estão no imaginário popular, seja por serem ouvidas em algum programa, reportagem ou em eventos que vão desde formaturas até rodeios! Nesta época compôs a trilha sonora de Carruagens de Fogo, que além de ter ganho o Oscar de melhor trilha sonora, a canção tema ficou durante uma semana no topo da Billboard. Outra canção conhecida do público deste período, é Nucleogenesis Part 1, que era usada no plantão do programa Domingo Legal.
Em 82, começou a mais do que bem sucedida parceria com o consagrado diretor Ridley Scott, ao compor a espetacular trilha de Blade Runner, e dez anos depois, a tão genial quanto de 1492- A Conquista Do Paraíso.
Certa vez ao conversar com JayJay, falávamos sobre a questão de se por um perfil musical poderia se definir se um sujeito é boa pessoa ou não. JayJay foi categórico ao dizer que não, já que há muitos merdas por aí que têm um bom gosto musical. Porém, discordei dele e tenho uma visão semelhante a do nosso grande amigo Moacir, que acredita que isso pode ser um bom indicio e que, se ela curte um som como o de Vangelis, é no mínimo refinada D+++++++! E acrescento, além de refinada, é muito, mas muito, diferenciada diante de muitos boçais!
Para os navegantes de primeira viagem que queiram se aventurar nesse oceano de profundidade e joia rara infinita, selecionei sete faixas para começar a conhecer melhor o trabalho do músico grego, e aos fãs e admiradores de longa data, convido a ouví-las novamente, afinal, tudo que é de extrema qualidade nunca enjoa e é sempre bom ouvir em looping!