Peter Parker passava por um momento de sorte em suas aventuras, estava com uma namorada fixa, Carlie Cooper, conseguiu um emprego nos laboratórios Horizonte graças a Marla Jameson, esposa do seu ex-patrão e agora presidente de Nova York o Sr. J. Jonah Jameson. Um emprego perfeito para seu disfarce: uma sala de pesquisas somente para ele e tempo praticamente livre no qual ele poderia ser o Homem-Aranha e algo que ele não tinha – e que todos nós queremos – dinheiro.
Dan Slott, que vem escrevendo um ótimo trabalho do escalador de paredes, traz escuridão para a vida de Peter Parker – como costumo chamar, o grande trauma do herói – o que definiu sua identidade, tornou sua motivação: a morte, ou melhor a culpa.
A morte que o acompanhou desde o início de sua carreira: a perda de seus pais, do Tio Ben, de sua amada namorada Gwen Stacy e muitas outras mortes que direta ou indiretamente estão ligadas ao herói vieram à tona nessa edição 655. E dessa vez, como sempre aconteceu nas HQ’s do Homem-Aranha, mais uma culpa para sua consciência: Marla Jameson (edição 127).
Uma das melhores que já li, essa edição começa com praticamente nenhum balão, somente desenhos muito expressivos, magistralmente representados pelo traço do espanhol Marcos Martin, aquele tipo de representação gráfica que faz você ainda ter esperança nos quadrinhos de heróis, o mesmo sentimento que faz também você querer jogar várias porcarias fora – rs.
Ao acompanhar a edição 655(128 no Brasil), você consegue sentir a tristeza de uma manhã de luto, até chegar ao funeral. Dan Slott nos presenteia com uma leitura sequencial que permite que o leitor conduza a história de sua forma, acrescentando sua experiência e conhecimento de mundo à mesma, e ao mesmo tempo veja o dilema passado por Peter Parker: todos seus pesadelos, todas as pessoas que foram mortas sobre seu olhar, o reaparecimento da única pessoa que ele matou, a visão de seus companheiros, Justiceiro e Wolverine, sobre a morte, os vilões, o ápice de sua culpa e o que o herói poderia ter feito para mudar tudo.
Para quem acompanha as histórias do Homem-Aranha se sente presenteado por cada rosto que aparece na edição e se emociona por ter participado indiretamente de tudo. Particularmente, após ler essa edição, me senti como se tivesse ganhado um presente após tantos anos acompanhando-o.
Voltando a realidade, a edição brasileira Homem Aranha 128, traz juntamente ao mix:
– Breaking into Comics the Marvel Way 1 – Mais uma edição onde o Homem-Aranha se vê ao lado dos Vingadores em uma batalha e ele discute consigo mesmo sobre sua importância no grupo. Não querendo desmerecer, é a pior do mix, muito fraca e já teve outras nessa mesma linha. Mas pelo visto é uma equipe nova, roteirista e desenhista, quadrinhos sem compromisso.
– Spider-Man: You’re Hired 1 – quadrinhos politicamente correto onde Peter Parker encontra o Prefeito e conversam sobre desemprego. Tudo muito certinho e chato.
– Amazing Spider-Man 654.1 – conta um pouco sobre o novo Venon, Flash Thompson, aquele que fazia bullyng com Peter Parker. Logo depois ele perdeu as pernas servindo seu País e agora ele é o novo Venon, ou melhor, é um super espião que utiliza do simbionte para executar suas missões. Um dos pontos fracos em minha opinião são os desenhos do Humberto Ramos, mas isso não vem ao caso, somente gosto pessoal. Essa edição é uma apresentação para os fãs do Aranha do novo Venom.
Revista mensal
Formato americano
76 páginas
Papel pisa brite
R$ 6,50
Distribuição nacional.
Amazing Spider-Man 654.1 e 655
Spider-Man: You’re Hired 1
Breaking into Comics the Marvel Way 1
Fonte
Agradecimento de correções e apoio a Ana Paula.
Post originalmente feito por mim no blog Crise nas Infinitas Comics.