
No dia 31 de agosto de 1987, Bad chegava às lojas. O álbum foi um marco na música pop e na carreira de Michael Jackson, tendo vendido só naquele ano mais de 25 milhões de cópias.
Há exatos 25 anos, finalmente uma longa fila de espera de cinco anos chegava ao fim; após inúmeros atrasos no lançamento, o tão aguardo sucessor de Thriller e mais novo álbum de Michael Jackson chegava às lojas e via a luz do dia pela primeira vez: Bad !
As expectativas em torno do novo disco do mega astro eram inúmeras, pois havia a dúvida de que se aquele novo material poderia ser superior ao monumental clássico antecessor, se venderia mais e como seria o novo som de Jackson.
Pela primeira vez, a crítica ficou dividida, uns odiaram, achavam o disco uma lástima se comparado à “Off The Wall” de 1979 e “Thrilller” de 1982, já outros curtiram a nova sonoridade e estilo que ele trazia. O público não deu a mínima para esse racha e correspondeu muitíssimo bem às expectativas: até o fim de 87, Bad chegou a incrível marca de 25 milhões de cópias vendidas, tornando-se assim o álbum de vendagem mais rápida na história e, até aquele presente momento, o segundo mais vendido da história.

A incrível inclinação de 45º graus que o astro faz no clipe de “Smooth Criminal”, que foi batizada de “The Lean”, foi o primeiro passo de dança patenteado da história.
Um grande ponto a favor do disco, é o fato de a sonoridade ser bem mais ousada e complexa, comparada ao que havia sido feito no Jackson 5 e nos discos solos anteriores, com um som mais urbano, moderno, experimental e com letras dos mais variados temas, como sexo, violência urbana, groupies, velocidade em duas rodas, estupro, denuncismo social e o pedido que a imprensa deixasse o cantor em paz.
Pela primeira vez na história um artista emplacava cinco canções de um mesmo álbum, no topo das paradas do hot 100 da Billboard: “I Just Can’t Stop Loving You”, “Bad”, “The Way You Make Me Feel”, “Dirty Diana” e “Man In The Mirror”. Com excessão da primeira, as demais ganharam clipes de extrema qualidade, assim como “Liberian Girl”, “Leave Me Alone”, “Speed Demon”, “Another Part Of Me” e o antológico clipe de “Smooth Criminal” que fez um estrondoso sucesso, graças ao filme Moonwalker (que ganhará um post no futuro) de 88, fizeram com que Bad ganhasse ainda mais força.
A turnê mundial de divulgação, a primeira da carreira solo de Michael Jackson, começaria em setembro em Tóquio no Japão, e o sucesso de público foi avassalador: mais de 4,4 milhões de pessoas conferiram a turnê, um recorde que o próprio Michael quebraria (em termos de média) nas turnês seguintes. Foram 123 shows, em 55 cidades e 15 países; infelizmente o Brasil não teve a oportunidade de receber esse espetáculo (que será lançado em DVD no próximo dia 18 de setembro).
Em comemoração aos 25 anos do clássico, fiz um convite a dois fãs do rei do pop, para que me ajudassem a dar um parecer e fazer um tributo ao clássico. Rogério Vaz Correia, amigo e blogueiro do Projeto Descobrir e minha prima Isabel. Abaixo três interessantes visões sobre o disco:
Rogério Vaz: Sinceramente? Quando se fala em MJ e mais especificamente no álbum BAD eu não consigo lembrar a primeira vez que me deparei com a produção de enorme envergadura. Só lembro que era praticamente impossível não gostar. E essa regra valia (ou vale até hoje, pois trata-se de uma obra atemporal) para pessoas de toda faixa etária.
Como não se emocionar com o clipe Man in the mirror? Aquela versão que mostra imagens fortes de crianças pobres, guerras, injustiças e figuras conhecidas do cenário mundial.E aquelas ruas escuras que imagino ser o Brooklin da década de 80 onde o MJ persegue uma linda garota em The way you make me fell, isso tudo sem falar de Bad que, no meu ponto de vista, mostra a personificação da cultura Pop dos anos 80 que enraizava ali o consumo de música não apenas pelo ato de ouvir, mas também dentro do contexto de várias artes como a dança, a produção cinematográfica e o olhar fotográfico com giros e cortes que até então era novidade naquela época, enfim inovação sempre foi marca registrada na carreira do mestre MJ e uma obra que vive 25 anos como se tivesse saído do forno ontem, sinceramente, temos que tirar o chapéu e saldar com muito, eu disse muito respeito.

Esta seria a capa original de Bad, mas quando foi apresentada aos executivos da CBS (hoje Sony Music) foi rejeitada, então os empresários sugeriram que fosse usada uma imagem tirada no intervalo das gravações do clipe da faixa-título, para dar um ar mais “bad boy” que o álbum estava propondo.
Meu parecer: Meu primeiro contato com Michael Jackson foi em 1993, quando tinha 3 anos de idade; o mês era outubro, e a turnê Dangerous viria ao Brasil, e para pegar carona no frenesi causado pelo rei do pop, o SBT exibiria o show de Bucareste de 92 pela primeira vez na TV brasileira. Para promover este grande evento, várias chamadas foram feitas, mas uma em especial me marcou: a do Programa Livre. No programa de Serginho Groisman, foi apresentada uma matéria mostrando toda trajetória de sucesso de Jackson até ali, e por acaso foi exibido o clipe de Bad, e foi paixão a primeira vista! Depois de ver aquela imagem virei fã na hora, e logo na sequencia pedi para minha mãe para irmos ao supermercado comprarmos uma fita VHS, no qual gravamos o show, e ficava vendo direto, e na época duas canções me chamaram atenção: “Smooth Criminal” e “Thriller”, além dos clássicos comerciais da Pepsi.
Um ano depois vi pela primeira vez o filme Moonwalker, no saudoso Cinema Em Casa, e aí pirei mais ainda na fase Bad: o filme me fez acreditar que MJ era um herói, queria porque queria as roupas dessa fase, fiquei alucinado com o clipe de “Smooth Criminal”, o qual considero o melhor de sua carreira até hoje e curti bastante os clipes de “Speed Demon” e “Leave Me Alone”!
Somente em 2004 comprei o cd de Bad, a edição especial que se encontra disponível nas lojas, e foi uma loucura, ouvia sem parar, teve um dia que cheguei a ouví-lo 3 vezes seguidas! O que mais me chama atenção nele e que me fez considerá-lo seu segundo melhor trabalho, superando o monumental Thriller e perdendo por uma diferença mínima para Dangerous, é o perfeccionismo e criatividade nos arranjos, letras, vocal, backing vocals e na estética do álbum, que envolve sua capa estilosa e os clipes de alto nível, que ajudaram na sua promoção na época. Somente a faixa “Just Good Friends”, ao meu gosto não é um grande feito, mesmo gostando muito de Stevie Wonder acho que esse dueto poderia ser melhor. De resto todas, sem exceção alguma, são grandes obras primas que têm e merecem serem apreciadas por qualquer amante de boa música, enquanto o mundo for mundo.
E se você por acaso, for um fã apaixonado pelo antológico álbum como eu, recomendo ao máximo comprar a edição comemorativa dos 25 anos que sairá no próximo dia 18 de setembro, que vem recheada de novidades e com o tão sonhado e lendário show da Bad Tour em Wembley de 88, pela primeira vez em DVD.
Isabel Machado: É bem difícil colocar em palavras o quão genial é Bad e o quanto gosto desse álbum. Ele é, de longe, o meu favorito. Por mais que eu também goste demais de Dangerous, Thriller e de seus outros álbuns geniais, Bad tem um quê que de certa forma me cativou mais. Talvez por causa do conjunto de músicas mais do que excelente, por ser praticamente o primeiro álbum do mestre MJ que ouvi, e até mesmo pela capa – com o Michael todo trabalhado em sua jaquetona de couro. O álbum é tão bem feito e extraordinário que chega a ser realmente indescritível. Basta ouví-lo e você já saberá do que estou falando.
Além das faixas mais conhecidas e aclamadas por fãs e críticos, como Smooth Criminal e Man In The Mirror, acompanham outras equivalentemente excepcionais, como Dirty Diana, Speed Demon, The Way You Make Me Feel, Bad… Em suma, todas! É um álbum que vale totalmente a pena conferir.
Aliás, a própria música Bad foi a primeira forma de contato que tive com o cantor. Quando assisti ao clipe pela primeira vez fiquei mesmo admirada, e a partir daí passei a procurar por mais músicas, clipes e tudo o mais sobre ele. Desde então sou uma grande fã.