
Protagonizado por Tommy Lee Jones e Will Smith, filme vai muito mais além do cinema pipoca, e proprociona interessante reflexão.
MIB – Homens de Preto tem todos os ingredientes de uma comédia típica de uma boa Sessão da Tarde, dois atores mais do que consagrados unidos na tela, ótimos efeitos especiais, maquiagem espetacular, produção de primeira, um ritmo fascinante e com grandes sacadas de humor. Seria mais um típico cinema com pipoca com diversão garantida para toda família. Seria, porque o filme de Barry Sonnelfeld vai muito além disso e deixa uma dúvida no ar: Será que realmente estamos sós no universo?
A trama se passa na cidade de Nova Iorque, onde o policial James Edward (Will Smith), após perseguir um bandido com “habilidades extraterrenas”, é recrutado pelo misterioso agente Kay, ou simplesmente K, (Tommy Lee Jones), para fazer parte da agência secreta MIB, especializada em monitorar a ida e vinda de seres de outros planetas com destino a Terra e observar suas atividades por aqui.
Quando James vira o agente J e une suas forças a K, eles logo se deparam com a ameaça de uma raça, um tanto quanto comum por aqui, mas muito menosprezada, que unirá todas suas forças para acabar com nosso planeta e cabe aos agentes da MIB salvar o destino e o futuro da humanidade.
O primeiro ponto alto, sem sombra de dúvidas é a afinadíssima parceria entre Jones e Smith; é incrível como atores de diferentes estilos, gêneros e gerações, se conectaram e completaram um ao outro de maneira tão única, pareciam serem colegas de filmes há anos; os efeitos são um capricho só, também não poderia ser menos que isso, sendo que esse serviço ficou a cargo da sempre excepcional Industrial Light Magic, de George Lucas. A trilha, que garantiu um Oscar ao filme, é bem climatizada pelo gênio Danny Elfman, o eterno líder do Oingo Boingo e criador da música tema dos Simpsons e de boa parte de trilhas de filmes de Tim Burton. Rick Baker nem precisa de comentários e elogios, mais uma vez dá uma lição de como se fazer uma maquiagem não menos do que ultra, mega, power, hiper perfeita, magnífica, seu fabuloso trabalho no filme lhe rendeu mais um Oscar na sua galeria de troféus. Há de se aplaudir também o gênio Steven Spielberg por ter sido ousado e por ter injetado a grana necessária para a realização do projeto.
Porém, como já evidenciei logo no início do texto, o principal trunfo de MIB, está na reflexão que o diretor Barry Sonnelfeld gera no espectador: Afinal de contas, estamos mesmo sozinhos na imensidão do universo? Quantas vezes já não nos perguntamos não só essa questão, como também, a de como algumas tecnologias surgem e nos surpreendem em tão pouco tempo? E será que foram desenvolvidas mesmo pela nossa mente e nossa humilde intelectualidade? Fora as que estão escondidas, por questões mercadológicas? Quantas vezes já divagamos de que certas pessoas, como grandes artistas, atletas, inventores e pessoas com habilidades especiais não seriam de outro planeta? No filme isso é uma certeza que gera uma das piadas mais bacanas da história, quando J e K, monitoram os “Et´s” ilustres, como o próprio diretor, Sylvester Stallone, Spielberg, Danny DeVito, além de nosso eterno rei do rock: Elvis! Que segundo o filme, não morreu e voltou para sua galáxia natal.
Se tudo isso não passam de viagens na maionese, coisas sem sentido, sem pé nem cabeça, isso a obra deixa a cargo de cada um que vê, num exercício de reflexão criativa e genial, muito bem evidenciada na última cena que da título ao post de hoje. Caso já tenha visto MIB há um bom tempo, aproveite e se divertida novamente com um novo olhar; já para os navegantes de primeira viagem, bem-vindos a uma divagação muito mais do que cômica! Bem além, muito mais além…
Curiosidades de MIB Homens De Preto:
– Clint Eastwood recusou o papel de K.
– Foi oferecido a Quentin Tarantino a chance de dirigir o filme, mas ele recusou.
– Chris O’Donnel foi chamado para fazer o papel de J, mas ele se recusou porque ele queria um outro papel de “novo recruta” no papel de Robin em Batman Eternamente e Batman e Robin
– Linda Fiorentino “conquistou” seu papel durante um jogo de pôquer com o diretor Barry Sonnenfeld. Depois, ele advertiu a ela de que não haveria cenas de nudez no filme.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Barry Sonnelfeld
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Linda Florentino, Vincent D’Onofrio, Rip Torn, Tony Shalhoub
Produção: Laurie MacDonald, Walter Parkes
Roteiro: Ed Solomon, baseado nos quadrinhos de Lowell Cunningham
Fotografia: Don Peterman
Trilha Sonora: Danny Elfman
Duração: 98 min.
Ano: 1997
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Columbia Pictures