Filme de 86, traz um até então "desconhecido" Charlie Sheen, em uma aventura misteriosa embalada a muito rock n´roll.
Se você é um cinéfilo, ou curte pegar um filme só pra passar o tempo e se divertir, com certeza já se deparou com aquela situação de descobrir um filme que jamais poderia imaginar sua existência: as famosas relíquias, que com o passar dos anos ganham (se for de qualidade) o status de Cult. Como há também a famosa situação de ir à locadora, com determinado filme na cabeça, na intenção de locá-lo, mas acaba não fazendo isso, pois se depara com uma surpresa agradável e acaba mudando a escolha.
Foi justamente a junção destas situações que me fez conferir um dos filmes mais bacanas não só dos anos 80, mas também de um dos mais consagrados atores da história do cinema, que sou fã confessso, o astro Charlie Sheen: A Aparição.
Tinha ido à locadora com a intenção de alugar O Alvo (filme de Van Dame de 93, que pretendo em breve retratar aqui), mas ao me deparar com essa inusitada indicação do meu amigo e dono da videolocadora, minha reação foi: “Uau! Um filme de ação, com ares de futurismo, estrelado pelo Charlie Sheen, dos anos 80!” Não tive dúvidas e aluguei.
O filme se passa numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, onde o jovem Jamie Hankins é assassinado pela gangue liderada por Packackard Walsh (Nick Cassavetes), que promove rachas com seus amigos, cujo escolhido por ele para um desafio, deve aceitá-lo e no caso de derrota ter seu carro levado por Pack e Cia.
Após o crime, surge um forasteiro na cidade, chamado Jake Kesey (Charlie Sheen) que logo em sua chegada já atrai a bela Keri Johnson (Sherilyn Fenn), o que desperta o ciúme doentio de Pack.
Foram feitas seis réplicas de um Dodge Turbo preto para o filme, ao custo de 1 milhão de dólares cada, o que elevou os custos de produção do mesmo.
Em paralelo à chegada de Jake, surge um novo e misterioso oponente nas corridas de racha, que com seu potente e fantástico Dodge Turbo, de cor preta e design futurista, vence os rachas e literalmente “elimina” seus concorrentes.
Com ótimas cenas de corrida, embaladas a muito rock n’roll e belas mulheres, o filme de Mike Marvin, é a típica aventura que prende a atenção do espectador do início ao fim; as atuações do elenco no geral são ótimas, sendo que a de destaque, e que já mostraria que ali estava um ator diferenciado, vai com todos os méritos para Sheen. A “visão do carro” que mostra a estrada em movimento sem nada a frente, a toda velocidade, que é um recursso bem presente em outro ícone da época, Mad Max, dá um toque especial e um upgrade na tela. Outro aspecto que deve ser aplaudido de pé, é o tom futurista nas cenas em que o piloto misterioso aparece, principalmente na cena de abertura e na invasão da oficina, além da de onde é mostrado o motor do Dodge, que é muito bem feita.
A trilha sonora é um deleite para os fãs de rock, com grandes sucessos e nomes da época e da história do gênero como: Ozzy Osbourne, Mötley Crue e Billy Idol, que colocam a história a 200 por hora!
Mas como todo filme antológico de uma das décadas mais bacanas da humanidade, se não for a melhor, A Aparição tem suas falhas, como algumas arestas do roteiro que não são amparadas, uma das coisas que fica no ar, por exemplo, é por que o corredor que da nome a película, tem uma obsessão pelos olhos dos marginais derrotados nas corridas?
Para quem curte uma ótima aventura e está afim de conferir um dos melhores registros da carreira de Charlie Sheen, dos tempos áureos do Cinema Em Casa, uma relíquia “quase” perdida dos anos 80, com uma excelente trilha, esta é uma ótima dica!
Ficha Técnica
Gênero: Ação, Ficção Científica
Direção:Mike Marvin
Roteiro:Mike Marvin
Elenco: Charlie Sheen, Sherilyn Fenn, Nick Cassavetes, Randy Quaid, Matthew Barry,Griffin O’Neal, Clint Howard, Jamie Bozian,David Sherrill, Michael Hungerford,Jeffrey Sudzin, Peder Melhuse, Chris Nash,Vickie Benson, Steven Eckholdt
País: EUA
Ano: 1986
Duração: 92 minutos
Miscelânea Cult 