
Filme icônico de 1995 retrata a crise vivida por jovem viciado em drogas com uma realidade impressionante.
No post de hoje, minha intenção não é a de fazer mais uma propaganda de conscientização de prevenção contra o uso de drogas, coisa que nosso governo, ONG’S e programas popularescos de auditório, vivem discutindo e martelando em nossa cabeça, através de reportagens, documentários e anúncios; mesmo sendo contra o uso delas, não vou reforçar isso, até porque o filme que irei retratar aqui consegue cumprir esse papel, de uma forma tão espetacular, que sinceramente, acho que se uma pessoa tem a vontade de experimentar alguma droga e assistir Diário De Um Adolescente e não perder essa vontade, honestamente desisto desse mundo.
O filme lançado em 1995, dirigido por Scott Kalvert, retrata o período da adolescência de Jim Carrol (Leonardo DiCaprio), que vive no subúrbio de Nova Iorque num apartamento simples com sua mãe (Lorraine Bracco); ele estuda em um rígido colégio católico e, juntamente com seus amigos e companheiros de time de basquete, sonha em ser um astro do esporte.
Porém com as pressões que esta fase da vida traz, somadas à vivência intensa nas ruas, as brigas em conjunto com os amigos e a falsa ilusão de que a combinação de experimentar drogas “uma vez só” mais sexo fácil, trazem felicidade instantânea, fazem com que o jovem Jim, se afunde no vício.
É impressionante como Kalvert, não deixa o ritmo do filme cair um minuto sequer, não há um momento em que o espectador deixe de prestar atenção. Outro grande mérito dele é tirar o proveito máximo de todos os atores envolvidos na história, até os coadjuvantes Reggie (Ernie Hudson), um ex-viciado que ajuda Jim a salvar a sua vida, o treinador do time de basquete (Bruno Kirby) e os jovens amigos do protagonista, com um grande destaque para a então nova promessa do cinema Mark Wahlberg. Mas o espetáculo fica por conta mesmo é de Leonardo DiCaprio, ali ele comprova que é muito mais do que um astro teen, um rostinho bonitinho adorado por menininhas histéricas que sonham com o príncipe encantado, e sim um artista de verdade, ao pé da letra, que viria para fazer (e já está fazendo) história no cinema.
A escolha dos cenários também engrandece a obra, ajudando a mudar o tom dela com o desenrolar da história; há além das questões das drogas, outros dilemas que são inerentes não só a vida de um adolescente, mas de qualquer pessoa, como a perda de um grande amigo, representada na melancólica figura de Bob, jovem de 16 anos que morre de leucemia, e as oportunidades que desperdiçamos e que podem mudar o rumo de nossa vida, bem demonstrado quando Jim e Mickey (Wahlberg) entram num bar totalmente drogados, destruídos, e vêem seu ex-colega de time Neutron na TV, indo para uma possível carreira no basquete universitário (sendo este o caminho para a NBA), Carrol olha com uma tristeza profunda para a cena e Mickey se sente muito mal com aquilo.
Já no quesito trilha sonora, a escolha de repertório é excelente, reúne os grandes nomes da época, como Pearl Jam, numa parceria com o próprio Jim Carrol, Soundgarden, Flea do Red Hot Chili Peppers, numa bela performance solo com a música I’ve Been Down, mas o grande momento musical, fica com o clássico Riders On The Storm do The Doors, que gera uma das cenas mais antológicas do filme.
Aos que apreciam um bom drama e um filme hiper classe A, nem preciso ficar escrevendo muito que Diários De Um Adolescente é um excelente filme, já aos mais novos, reforço a mensagem no fim do primeiro parágrafo.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Scott Kalvert
Elenco: Leonardo DiCaprio, Bruno Kirby, Lorraine Bracco, Ernie Hudson, Patrick McGaw, Juliette Lewis, John Vennema, Mark Wahlberg, Michael Rapaport.
Produção: Liz Heller, Paul Hellerman, Kathie Hersch, John Bard Manulis
Roteiro: Bryan Goluboff
Fotografia: David Phillips
Trilha Sonora: Graeme Revell
Duração: 102 min.
Ano: 1995
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: New Line Cinema
Estúdio: New Line