Nos quatro anos em que frequentei minha faculdade de Publicidade e Propaganda, uma das grandes lições que aprendi, é a de que um bom título, nunca deve vir em forma de pergunta. Mas, o post de hoje pede justamente o contrário dessa regra, a qual terei de quebrar, pois essa foi a reação que tive após assistir Tron-O Legado.
Os estúdios Disney, têm como características produzir filmes tanto de ação como drama, numa linha padrão em que toda a família pode se reunir e apreciá-los, onde dificilmente se vê um tom mais agressivo e ousado em suas produções; mas isso está mudando desde o grande êxito de Piratas do Caribe, que deu uma apimentada nesse quadro, e parece encaminhar para ficar mais maduro com Tron.
A trama se passa anos depois do primeiro filme, Tron – Uma Odisséia Eletrônica de 1982, onde Kevin Flynn (Jeff Bridges), dono da Encom e criador do jogo Tron, narra suas epopéias ao seu pequeno filho Sam, que misteriosamente perde seu pai. Passados 20 anos após o ocorrido Sam (Garrett Hedlund) agora é um dos dirigentes da Ecom, porém, atuancontra a administração da própria, sendo uma espécie de Robin Hood digital. Após sabotar um dos grandes lançamentos no mercado de games da companhia e não obter sucesso, ele recebe uma misteriosa mensagem, cujo conteúdo diz saber do paradeiro de seu pai.
Quando Sam chega ao fliperama que frequentava na infância, e que é um dos cenários do primeiro filme, ele é transportado ao mundo digital que seu pai descobriu anos antes e no qual ele está preso.

Vilão Clu,versão digital de Jeff Bridges de 82, é um dos pontos altos dos efeitos especiais do filme.
Um dos grandes trunfos de Tron-O Legado, é o resgate visual dark e futurista dos anos 80 que foi adaptado de forma brilhante para os dias de hoje, nos dando uma sensação de que o futuro está bem próximo e a magia da década de 80 ainda continua viva e presente. Os efeitos são impecáveis, aqui vale destacar o trabalho em cima do vilão Clu, personagem digital que possui o rosto que Jeff Bridges tinha na produção original, parecendo que ele foi buscado em 82 para fazer o papel. A trilha é feita pelo célebre duo de música eletrônica Daft Punk, que produziu uma verdadeira divindade musical, com um “Q” de Vangellis, é sem sombra de dúvida um dos pontos mais altos do filme e que ajuda a estreitar ainda mais os laços da obra perante o espectador.
Muitas das críticas que li, diziam que Tron era um festival de canastrice, efeitos em exagero, e sabe-se lá como, sobrou até para a trilha! Discordo delas; as atuações estão bem convincentes, a sempre bela Olivia Wilde, dá o ar da graça atuando como Quora; Jeff Bridges dispensa comentários e Garrett Hedlund não está um ator da Malhação em sua atuação, como alguns críticos criticaram de forma ferrenha. O único aspecto que ficou a desejar, é a rápida conciliação entre Sam e Kevin e alguns personagens, que surgem e somem sem mais nem menos, e viram a casaca facilmente.
Para os que ainda torcem o nariz para os filmes Disney, aqui está um excelente ponto de partida para uma revisão de conceitos. Se você (assim como eu), já é um admirador e gosta das produções cinematográficas dos estúdios de Mickey Mouse, seja mais do que bem-vindo a uma excelente e grandiosa viagem futurística!
FICHA TÉCNICA
Diretor: Joseph Kosinski
Elenco: Michael Sheen, Jeff Bridges, Olivia Wilde, John Hurt, Garrett Hedlund, Serinda Swan, James Frain, Bruce Boxleitner.
Produção: Sean Bailey, Steven Lisberger, Jeffrey Silver
Roteiro: Edward Kitsis, Adam Horowitz
Fotografia: Claudio Miranda
Trilha Sonora: Daft Punk
Duração: 127 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Ficção Científica
Cor: Colorido
Distribuidora: Disney
Estúdio: Walt Disney
Classificação: 10 anos