Por mais clichê que seja dizer que se não fosse Bruce Lee, os filmes de artes marciais não alcançariam os status de grandes produções com atores e diretores renomados, e à alcunha de filmes Cult, terei de citar o grande mestre que sem o qual este post não existiria.
Tudo começou quando conferi sua primeira produção hollywoodiana, Operação Dragão (EUA, 1971). Ao comentar com meu amigo e sócio deste blog, Mr. Jay Jay, que havia achado o filme muito bom e ter ficado em êxtase com a antológica cena da luta final na sala de espelhos, ele me disse que eu iria gostar muito da produção tailandesa Ong Bak.
A história se passa num pequeno vilarejo no interior da Tailândia, onde a cabeça da estátua de Buda, mais conhecida como Ong Bak, é roubada por um traficante de Bangkok. Devido à imensa fé e devoção a Buda, o povo da vila acha que sem a cabeça da estátua de seu Deus, eles estarão condenados a um terrível castigo. É então que o jovem e brilhante lutador de muai thai Ting, faz uma promessa à seus conterrâneos de trazer Ong Bak de volta.
Chegando a Bangkok, ele se hospeda na casa de um caloteiro que é filho de um monge de sua vila, envolvendo-se a contragosto no mercado negro de lutas ilegais, onde utiliza seus dotes para derrotar os adversários.

Excelente preparação física e execução perfeita dos golpes feitos por Tony Jaa é um dos destaques do filme.
O que impressiona na película é a naturalidade das lutas, que são coreografadas de maneira perfeita, sem muitas firulas e indo direto ao ponto, inclusive perdi a conta de quantas vezes fiquei esbabacado com a precisão de alguns golpes, e a preparação atlética do protagonista Tony Jaa, cujas cenas de Le Parkour são sensacionais. Outro aspecto interessante é a referência sem querer à Mad Max devido à “voz robótica do vilão”.
Já as falhas ficam por conta de alguns erros de continuação, alguns bem visíveis onde uma cena começa em um lugar e vai pra outro de maneira abrupta; a fotografia, devido ao baixo orçamento, é um pouco precária, o que tira um pouco o brilho do filme e alguns excessos de replays que funcionam muito bem em algumas cenas, mas em outras seu uso é desnecessário.
Ong Bak é uma ótima dica para os fãs de filmes de artes marciais, principalmente aos que amam os filmes do gênero à moda antiga, e que com certeza, se Bruce Lee ainda estivesse entre nós ficaria orgulhoso do resultado.
Ficha Técnica:
Direção: Prachya Pinkaew
Roteiro: Prachya Pinkaew e Panna Rittikray
Elenco: Tony Jaa, Petchtai Wongkamlad, Pumwaree Yodkamo
Gênero: Ação
País: Tailândia
Ano: 2003
Duração: 108 min.