
Em seu documentário, Sam Dunn desbrava o incrível universo do Heay Metal numa execelente visão antropológica.
Um dos subgêneros musicais que na medida em que avanço meu conhecimento sobre ele, vou ficando cada vez mais fascinado é o Heavy Metal. Mas meu percurso rumo a esta admiração, foi meio tortuoso, quando criança ainda com aquela visão abitolada e errada do gênero musical o repudiava, porém em 2006 ao ser apresentado a um fantástico álbum, Metallica mais conhecido como Black Album, as coisas foram mudando e até hoje sigo a estrada do metal, caminho do qual pretendo não sair.
Mas meu advento ao universo headbanger poderia ter sido bem antes, se na época quando era um moleque tivesse sido lançado o excelente documentário Metal Uma Jornada Pelo Mundo Do Heavy Metal (Metal A Headbanger´s Journey, Canadá 2005).
O filme é dirigido pelo antropólogo canadense Sam Dunn, que desde o início deixa explícito sua paixão pelo heavy metal, o qual se apaixonou aos 12 anos em 1986, quando era alucinado por Iron Maiden, chegando a escutar nessa época The Number Of The Beast 25 vezes ao dia e fazendo air guitar, Van Halen e Mötley Crue. Após se formar em antropologia, Dunn vem defendendo veemente o gênero musical, e para explicar o fato do metal ser tão amado e odiado ao mesmo, ele parte para uma incrível jornada pela Inglaterra, Alemanha, Noruega, Inglaterra e algumas cidades dos Estados Unidos, para obter as respostas para dúvidas instigantes do metal.
A medida que o documentário avança, num ritmo muito bem conduzido que prende a atenção do espectador do início ao fim, detalhes históricos e técnicos são revelados, como a origem do gênero, sua relação com religião, sexo, como ele consegue ter uma incrível legião de fãs fieis, drogas entre outros.
Por ser um fã confesso e antropólogo, Sam Dunn conseguiu muito bem mostrar a história do metal tanto para os fãs de carteirinha quanto para os leigos do assunto, ao apresentar uma linguagem simples e bem detalhada.
Mas os pontos altos com certeza com as entrevistas. O elenco é de uma verdadeira seleção de mega hiper ultra estrelas do heavy metal: Tony Iommi (Black Sabbath), Alice Cooper, Dio, Vince Neil (Mötley Crue), Lemmy (Mötorhead), Geddy Lee (Rush), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Dee Snider (Twisted Sister), Rob Zombie (White Zombie) e o Slayer. Outro ponto positivo é fato de Dun ter filmado sua ida ao Wacken Open Festival Open Air Festival, o mais importante festival de heavy metal do mundo, e ali naquele momento ele conseguiu captar muito bem a essência e principalmente a magia que o metal proporciona a seus fieis e apaixonados fãs.
O único ponto negativo foi o fato do documentário não ter se aprofundado mais em alguns gêneros que influenciaram e pertencem ao metal, e não se aprofundar em alguns artistas que são importantíssimos para ele: Metallica, Kiss, Ozzy Osbourne, Judas Priest, Sepultura e Pantera, porém por ter sido feito de maneira grandiosa e precisa, este fator não ofusca o brilho do filme.
Metal- Uma Jornada Pelo Mundo Do Heavy Metal é um excelente documentário que pode e deve ser visto por qualquer amante de boa música, não só aos fãs do estilo musical, pois o filme enriquece e muito não só currículo musical como também o cultural, ao mostrar a visão antropológica do metal.
Bom os tempos que eu era Headbanger, com fitas e vinís que eram como meu poder. Com crentes e outros jogando pedra na casa minha e de amigos, rapers desligando o padrão de energia.
Mas o fã do Metal é o mais fiel (e radical) que existe no ramo da musica.
Vida Longa ao Metal!!!
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