Uma das principais críticas que filmes estrangeiros recebem quando retratam o Brasil (e até mesmo os feitos aqui) é a de que passam uma imagem errada, absurda e parcial de nosso país. Se você faz parte desse grupo e gostaria de ver um filme que abordasse o país tropical abençoado por Deus de forma positiva, suas preces e torcida foram atendidas. O mais novo filme de Carlos Saldanha, a animação RIO consegue levar mundo afora uma bacana imagem de nosso país, porém sem deixar de lado críticas sociais de problemas enfrentados em solo brasileiro.
Na história, Blu uma arara azul que nasce no Brasil e é capturada no Rio de Janeiro vai parar em Minessota e num acidente de percurso é adotada por Linda. Ao lado de sua dona, Blu leva uma vida atípica de uma ave, não voa, gosta de chocolate quente e gosta de viver acomodado em sua gaiola. Porém a sua vida e a de Linda da uma reviravolta com a chegada do biólogo brasileiro Túlio (dublado por Rodrigo Santoro). Sua missão é convencer Linda a levar Blu para o Brasil, pois ele é a última arara azul macho de sua espécie que corre risco de extinção, para que isto não ocorra ele deve se acasalar com Jade.
E aí que começa a aventura do filme, quando os três chegam ao Rio de Janeiro em pleno carnaval, e o que era para ser uma simples tarefa se tornna em um desafio de vida ou morte para Blu e Jade, que tem de escapar das garras de bandidos que querem vende-los clandestinamente. No meio da trama Blu conhece outros animais, como o tucano Rafael, o canário Nico, o pássaro ruivo Pedro e o simpático bulldog Luís, que ajudam Blu e Jade nesta empreitada, que ainda tem como vilão a cacatua Nigel.
O interessante é que Saldanha consegue um equilíbrio entre mostrar as belas paisagens do Rio de Janeiro, como Copacabana, Cristo Redentor, Lapa, o carnaval na marques de Sapucaí e ao mesmo tempo critica as condições precárias que menores abandonados vivem nas ruas, o tráfico de animais em extinção, num tom mais subjetivo,sem um discurso político. Já a caracterização dos animais coadjuvantes da trama, retrata bem o povo brasileiro que mata um leão por dia sem perder a alegria de viver e bastante acolhedor a visitantes.
O único ponto negativo é a trilha sonora que deveria ser mais bem explorada, no sentido de músicas brasileiras, que deveriam ter mais ênfase além Garota De Ipanema e Mas Que Nada, mas isto não tira o brilho do filme.
No geral Rio é um filme tecnicamente perfeito, com belíssimas animações, com uma aventura envolvente, com uma excelente caracterização dos personagens, e que com certeza será o início de uma revisão de conceitos sobre a visão do Brasil no exterior, trazendo assim novos horizontes e visões para a nossa cultura.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Carlos Saldanha
Produção: Christopher Jenkins
Roteiro: Don Rhymer, Joshua Sternin, Jeffrey Ventimilia, Sam Harper
Fotografia: Renato Falcão
Trilha Sonora: John Powell
Duração: 105 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Animação
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: Blue Sky Studios / Twentieth Century Fox Animation
Classificação: Livre
Achei fabuloso a retratação do Brasil, fiquei orgulhoso, pena que nosso povo critica, e pergunta depois.